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Presidido pelo governador da Paraíba João Azevêdo (PSB), o Consórcio do Nordeste afirmou que a fala de Zema instaura uma tensão entre as regiões.

Neste domingo (6), o Consórcio Nordeste publicou uma nota criticando as falas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em uma entrevista dada ao jornal “O Estado de S. Paulo” no último sábado (5).

Presidido pelo governador da Paraíba João Azevêdo (PSB), o Consórcio do Nordeste afirmou que a fala de Zema, que recebeu o aceno positivo do governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, instaura uma tensão entre as regiões.

“Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”, afirmou em nota.

“A união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país. Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo”, continuou.

Veja fala de Zema: 

Zema menciona a formação de uma aliança Sul-Sudeste em resposta à articulação dos governadores dos nove estados nordestinos.

Ao comentar a formação da frente, Romeu Zema falou sobre o “protagonismo econômico e político” do Sul e Sudeste. Disse, ainda, que o Brasil funciona como um “produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, referindo-se aos estados nordestinos.

Em resposta, o Consórcio Nordeste disse que o governador de Minas Gerais “demonstra uma leitura preocupante do Brasil” e que o Norte e o Nordeste foram regiões penalizadas ao longo das décadas pelos projetos nacionais de desenvolvimento. A entidade também negou “qualquer tipo de lampejo separatista”.

“Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual. […] A união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação”, alegou o Consórcio, em nota.