Recentemente, foi identificado um novo golpe direcionado aos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Denúncias de um servidor do Serviço Social no Rio de Janeiro revelaram a metodologia utilizada pelos golpistas.

Idosos recebem mensagens SMS ou via WhatsApp informando que têm direito ao BPC, mesmo sem terem solicitado o benefício. Na mensagem, é marcado um dia, horário e local para o suposto recebimento do pagamento. Quando os idosos comparecem ao local, os golpistas apresentam um boleto de cobrança pelo “serviço” de liberação do benefício.

Processo de fraude

No golpe, o intermediário fraudulento realiza a solicitação do BPC em nome do idoso, registrando-se como procurador do beneficiário. Como trata-se de um benefício concedido administrativamente, sem necessidade de perícia médica, basta que o idoso esteja inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, tenha a idade mínima exigida e comprove baixa renda.

O Benefício de Prestação Continuada é destinado a idosos com mais de 65 anos e a pessoas com deficiência, independentemente da idade. O valor do benefício é de um salário mínimo (R$ 1.412 em 2024).

O golpe foi descoberto quando um idoso compareceu a um serviço de atendimento do INSS relatando a situação. No atendimento, identificou-se que o cadastro do segurado no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) continha um e-mail e número de telefone desconhecidos pelo próprio segurado. A análise revelou que vários procuradores haviam sido cadastrados na mesma solicitação de BPC.

A mensagem enviada pelos golpistas ao segurado normalmente contém informações detalhadas sobre o recebimento do benefício, incluindo um boleto para pagamento de “honorários” ao intermediário.

Ações contra fraudes

Golpes semelhantes têm sido aplicados contra aposentados e pensionistas do INSS. Neles, frequentemente utilizam técnicas de engenharia social para obter dados pessoais dos segurados, muitas vezes sob o pretexto de realizar a Prova de Vida, que está suspensa até o final do ano. Os golpistas podem contatar as vítimas por carta, e-mail, telefonema ou mensagem de celular, e até mesmo pessoalmente, utilizando uniformes falsos com a logo do INSS.

São solicitados ainda dados pessoais e fotos de documentos para evitar um suposto “bloqueio no pagamento”. Em alguns casos, enviam links para que o segurado realize a biometria facial. A pessoa que realiza o contato é geralmente muito segura e pode fornecer informações sobre o segurado para dar credibilidade à fraude.

Para o CEO da Carrera Carneiro, Corban especializado na concessão de empréstimo consignado com foco no conceito smart money, a desconfiança deve existir a todo momento como mecanismo de defesa para evitar se tornar uma vítima. “Beneficiários devem tomar muito cuidado com golpes não apenas na solicitação de seu benefício, mas também quando forem realizar pedidos de empréstimo. É fundamental estar sempre atento e desconfiar de ofertas recebidas no WhatsApp, por SMS ou por ligação telefônica. Por segurança recomendamos que, caso tenha interesse em contratar esse tipo de serviço, procurar por uma instituição conhecida é indispensável”.

Medidas de proteção

O INSS nunca entra em contato direto com os segurados para solicitar dados pessoais ou o envio de documentos por e-mail, WhatsApp ou outros canais de mensagem.

As únicas formas seguras de enviar documentos ao INSS são pelo portal Meu INSS (site gov.br/meuinss) ou pelo aplicativo Meu INSS para celular. O número oficial do SMS utilizado pelo INSS para informar os cidadãos é 280-41, e o INSS nunca envia links, apenas informações sobre o andamento dos processos no Meu INSS.

A biometria facial é realizada exclusivamente pelo aplicativo Gov.br. Quando o INSS convoca um cidadão para apresentar documentos, a convocação é registrada no Meu INSS e pode ser verificada pelo telefone 135. É fundamental que os segurados utilizem apenas os canais oficiais de atendimento para cumprir qualquer solicitação do INSS, como agendar serviços ou entregar documentos.

Caso a vítima receba uma ligação suspeita, nunca deve fornecer dados pessoais ou fotos de documentos, e é muito importante que reporte a situação ao INSS.

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