Em um cenário de desenvolvimento de software e tecnologia em constante aceleração, a busca por inovação e eficiência é a realidade atual ao redor do mundo. Dentro desse contexto, uma estratégia está se destacando por sua habilidade em prever problemas e vulnerabilidades antes que eles coloquem em risco a realização bem-sucedida de um projeto: o Shift Left.
O shift left é mais do que uma simples mudança de posição. Ele representa uma abordagem proativa, inserindo testes, avaliações de segurança e outras práticas de qualidade no estágio inicial do ciclo de desenvolvimento de software. Essas atividades eram postergadas para o final, gerando retrabalho, custos elevados e lançamentos atrasados. O Shift Left, ao contrário, direciona o foco para a prevenção, capacitando as equipes a identificar e resolver problemas desde o início do projeto.

A ideia é simples: identificar e resolver problemas, sejam bugs, vulnerabilidades de segurança ou outros defeitos, o mais cedo possível no processo de desenvolvimento, isso reduz custos e aumenta a eficiência do projeto.

A adoção do Shift Left acarreta mudanças profundas. Primeiramente, possibilita a detecção precoce de falhas, o que é mais fácil de corrigir nos estágios iniciais. A presidente e cofundadora da tuvis, startup israelense especializada em sistemas de segurança cibernética e conformidade para aplicativos de mensageria, como o WhatsApp, Deborah Palacios Wanzo, aponta que “Integrar os testes desde o início de um projeto, inclusive em demandas que estejam relacionadas a cibersegurança, impulsiona uma cultura de qualidade e proteção eficaz para toda a equipe”.

Adotar o método Shift Left pode mudar a organização da empresa:

Detecção precoce: Identificar falhas no início do ciclo de desenvolvimento é significativamente mais barato e menos trabalhoso do que corrigi-las em estágios avançados. Isso se traduz em economia de tempo, recursos e redução de estresse para as equipes.

Cultura de qualidade: O Shift Left promove a integração de testes automatizados, integração contínua (CI) e entrega contínua (CD), criando um ambiente propício para a melhoria contínua e a excelência. Essa cultura de qualidade abrange toda a equipe.

Colaboração e comunicação: A abordagem incentiva a colaboração entre desenvolvedores e especialistas em segurança. Essa comunicação aberta e frequente contribui para soluções mais inovadoras e produtos de maior qualidade.

De acordo com o relatório da Trend Micro, o Brasil se destaca como o segundo país mais suscetível a ataques cibernéticos. Em todo o mundo, aproximadamente 85,6 bilhões de ataques de hackers foram interceptados e neutralizados.

Com o aumento da sofisticação dos ataques e a constante evolução das ameaças digitais, é necessário adotar abordagens proativas para proteger os sistemas e dados contra invasões maliciosas. Nesse contexto, o shift left também surge como uma ferramenta na defesa contra ciberataques. Essa abordagem não se restringe apenas à otimização do ciclo de desenvolvimento de software; mas também desempenha um papel importante na prevenção de vulnerabilidades.

O shift left representa uma abordagem proativa em contraposição à reatividade tradicionalmente vista em muitos processos de desenvolvimento. Ao antecipar problemas e vulnerabilidades, as equipes evitam custos desnecessários e atrasos no lançamento, mas também constroem uma base sólida de confiança com seus usuários. “A segurança e a qualidade não são mais consideradas como preocupações, mas sim elementos centrais do desenvolvimento dos nossos softwares aqui na tuvis, refletindo um compromisso com a excelência e com os nossos clientes”, finaliza Deborah Palacios. 

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