O setor mineral apresentou melhora de 5% no faturamento no 3º trimestre deste ano (3T24) na comparação com o 3º trimestre de 2023 (3T23), totalizando R$ 56,7 bilhões. No 3T24 o saldo positivo resultante da diferença entre importações e exportações minerais (US$ 8,74 bilhões) foi equivalente a 50% do saldo total da balança comercial brasileira. Para o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), esse resultado da mineração foi expressivo, uma vez que contribuiu para amenizar a queda do saldo da balança comercial, que foi de -35%, caindo de US$ 26,99 bilhões para US$ 17,51 bilhões entre o 3T23 e o 3T24. Com mais de 221 mil empregos diretos (e mais de 2 milhões indiretos), o setor mineral gerou 8.786 novas vagas entre janeiro e agosto de 2024, segundo dados oficiais, informa o IBRAM.

Na última quarta-feira (16/10), o diretor-presidente do Instituto, Raul Jungmann apresentou os dados da indústria da mineração no 3º trimestre durante entrevista coletiva. Os dados podem ser acessados no site do IBRAM.

Acordos operacionais estratégicos para dinamizar mineração do Brasil

Para os próximos anos, o IBRAM projeta que acordos de cooperação recém-firmados serão estratégicos para impulsionar a produtividade e os negócios do setor mineral. São convênios do IBRAM com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com a ApexBrasil e da Agência Nacional de Mineração (ANM) com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O acordo entre ANM e ABDI visa financiar ações de modernização de processos operacionais da agência reguladora. O acordo de cooperação entre IBRAM e Sebrae objetiva capacitar mineradoras para torná-las ainda mais competitivas, com ações voltadas a aprimorar a governança, mão de obra e a produção. O convênio entre IBRAM e ApexBrasil visa a atração de investimentos internacionais para o setor e abertura de negócios no exterior para as mineradoras.

OUTROS DADOS DA PESQUISA SETORIAL IBRAM NO 3º TRIMESTRE

Mineração aumenta arrecadação de impostos no 3º trimestre

O recolhimento de impostos pela mineração também cresceu 5% no 3T24, somando R$ 19,6 bilhões. A arrecadação da compensação sobre a exploração mineral (CFEM) totalizou R$ 2 bilhões no 3T24. Neste período, 2.760 municípios arrecadaram CFEM. A arrecadação de CFEM superou as do 1º e do 2º trimestres.

Minas Gerais, Pará e Goiás lideraram o faturamento setorial no 3T24, com participações de 41,3%, 31,5% e 4,4%, respectivamente. O minério de ferro se destacou, respondendo por 55,4% do faturamento total do setor, totalizando R$ 31,4 bilhões. As exportações da indústria minerária atingiram cerca de 114,2 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em relação ao 3T23, gerando aproximadamente US$ 11,2 bilhões, um incremento de 0,6%. O minério de ferro foi responsável por 70,1% das exportações.

As exportações de ouro caíram quase 34% em toneladas no 3T24 na comparação com o 3T23, de 22,1 toneladas para 14,6 toneladas. Mas, em termos de faturamento houve aumento de quase 10%, de US$ 868 milhões para US$ 953,7 milhões. O país ampliou, em dólar, as exportações de bauxita (51,4%), cobre (23,2%) e caulim (10,4%) no 3T24, mas reduziu as de manganês (33,8%). O cobre respondeu por 9,3% das exportações no 3T24, o ouro por 8,5%.

As importações minerais registraram uma queda de 0,9% em valor, totalizando US$ 2,4 bilhões, mas aumentaram 8,1% em volume, com 11,6 milhões de toneladas, no 3T24. A importação de enxofre se destaca com aumento de 127% em dólar e de 104% em toneladas: US$ 60,8 milhões e 592,30 mil toneladas.

O setor mineral projeta investimentos de US$ 64,5 bilhões em projetos para o período de 2024 a 2028, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil.

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