O Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP), criado em 2014, acumulou nos últimos doze meses uma redução de 9,2%, recuando 4,04% no ano e, 3,07% no mês de maio 2023 em relação a abril.

Em maio, 20 das 24 atividades industriais analisadas tiveram variações negativas de preço comparadas com o mês de abril, sendo que 13 atividades exibiram reduções em relação ao mês de março. Os produtos que apresentaram maiores quedas foram: refino de petróleo e biocombustíveis (10,47%), indústrias extrativas (9,32%), outros produtos químicos (5,78%) além de papel e celulose (5,51). 

De acordo com o estudo realizado, a diminuição de preços sofreu influência da valorização do real frente a moeda americana, motivo que esclarece o maior número de atividades com redução nos preços. No mês de maio, o setor que teve maior impacto no índice foi o de refino de petróleo e biocombustíveis. O aumento da oferta de petróleo acarretou na redução de preço.

O segundo segmento, que mais afetou o índice de maio foi o setor de outros produtos químicos, apresentando um declínio de 5,78%, contudo a redução neste setor vem ocorrendo desde julho de 2022. 

Tal fato pode ser compreendido pela diminuição dos preços do nafta e do propeno no mercado mundial. Outros dois fatores são a normalização das atividades do porto da Ucrânia e o final da safra de soja no Brasil, o que gera uma procura menor pelo produto.

A indústria extrativa teve uma involução de 9,32%. No caso do minério de ferro, produto que sofre grande influência da China, o país asiático reduziu sua demanda. Os setores que apresentaram aumento de preços foram o de bebidas e o de veículos automotores, sendo que este vem promovendo aumentos menores do que os praticados um ano atrás.

O IPP é calculado coletando-se por volta de 6 mil preços de produtos, todos os meses, sendo relevante para tomadores de decisão (públicos ou privados), pois com o passar do tempo permite identificar tendências no curto prazo. 

Ao analisar o estudo apresentado pelo IBGE, o professor Álvaro Francisco Fernandes Neto, doutor em Administração e professor dos Cursos de Administração, Ciências Contábeis e Recursos Humanos do Centro Universitário UniPaulistana, mencionou que a redução de preços de vários produtos são uma notícia muito boa, além de propiciar o vislumbre de cenários mais amigáveis para os tomadores de decisão. “Tais fatos tornam a elaboração de cenários uma tarefa muito mais agradável.”

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