A pesquisa da The Nature Conservancy (TNC) apontou que 58% da população brasileira está muito preocupada com a falta de água. O consumo excessivo ou desperdício são vistos como os principais responsáveis por este problema na visão de 27% dos entrevistados.

Em segundo lugar ficaram as mudanças climáticas, opção escolhida por 21% dos que responderam à pesquisa. Há também uma percepção crescente da falta de cuidado e alto uso, na medida em que o público é mais velho ou de classes mais altas, ou ainda de maior escolarização.

Na avaliação de problemas ambientais, 78% da população nota um aumento na poluição das águas nos últimos quatro anos no país. “A percepção vem ao encontro dos dados do Atlas do Saneamento divulgados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em 2017, que mostrou que o Brasil tem cerca de 114 mil quilômetros de rios com a qualidade da água comprometida”, relata Vininha F. Carvaho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.

Um estudo do governo federal mostra que aproximadamente 8,9 milhões de brasileiros habitam áreas de risco. O documento demonstra que entre 1991 e 2022 foram registradas 23.611 ocorrências de desastres naturais em todo o país, com 3.890 vítimas fatais e 8.226.314 pessoas desalojadas ou desabrigadas. 

A maioria dos municípios brasileiros sequer dispõe de infraestrutura de drenagem e macrodrenagem para enfrentar as chuvas. Um diagnóstico sobre serviços de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informa que os municípios brasileiros tinham 1,8 milhão de quilômetros de vias públicas urbanas, dos quais 1,1 milhão contavam com pavimentação ou meio-fio e 390,4 mil quilômetros tinham redes ou canais de águas pluviais subterrâneos em 2020.

O Ranking do Saneamento 2024, estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, das 27 capitais brasileiras, somente nove possuem ao menos 99% de abastecimento total de água. Apesar da média do indicador seja de 95,68%, a situação no país é bastante heterogênea, uma vez que há capitais no Norte do país com indicadores próximos ou abaixo de 50%, como Macapá (AP) com 54,38%, Rio Branco (AC) com 53,50%, e Porto Velho (RO), com 41,79%.

“A Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu o direito humano à água e ao saneamento básico, onde cada ser humano deve ter acesso a água suficiente para uso pessoal e doméstico”, finaliza Vininha F. Carvalho.

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