Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) revelam que o câncer de colo do útero é a principal causa de morte entre mulheres na América Latina e no Caribe. Apesar de ser altamente evitável, a doença ainda mata 35,7 mil mulheres a cada ano nas Américas – a maioria (80%) desses casos ocorre na América Latina e no Caribe. O câncer de colo do útero é a quarta causa de morte por câncer em mulheres, no Brasil.

Estima-se que as mortes por câncer do colo do útero nas Américas aumentem para mais de 51,5 mil em 2030 devido ao crescimento da população e aos ganhos na expectativa de vida; 89% dessas mortes ocorrerão na América Latina e no Caribe.

Com o objetivo de informar sobre o processo de rastreamento e detecção do câncer de colo do útero, bem como os exames envolvidos, o Programa de Integração Comunitária da Faculdade de Medicina FACERES criou o projeto de extensão  “Março Lilás” em parceria com as Unidades de Saúde e do CRAS do Município de Guapiaçu, para apresentar conceitos e definições relacionados ao câncer de colo do útero e divulgar medidas de prevenção da doença para as pacientes, com foco no rastreamento para detecção precoce e tratamento.

Os acadêmicos abordaram as pacientes que estavam na sala de espera das unidades de saúde e no CRAS informando o processo de rastreio e a importância do exame preventivo que é o papanicolau.

Com esse projeto os alunos se tornam agentes multiplicadores de informações sobre o câncer de colo do útero, atendendo assim à linha de curricularização de extensão em saúde da mulher, da criança e do adolescente.

Para a acadêmica Sara Leme Finoti, participar da atividade “Março Lilás” foi muito importante para sua formação como estudante da segunda etapa do curso de medicina. “Com a atividade, pude aprender sobre o câncer de colo do útero para poder orientar aqueles que precisam de orientação. O projeto possibilita estar em contato com a população desde o início do curso, atuando de forma responsável e informando sobre algo tão relevante”.

O rastreamento de lesões pré-cancerosas em mulheres, seguido de tratamento, é uma intervenção custo-efetiva para prevenir o câncer de colo do útero. A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) pode reduzir significativamente o risco deste tipo de câncer. O Ministério da Saúde recomenda vacinar meninas e meninos de 9 a 14 anos, quando é mais eficaz. As vacinas contra o HPV estão disponíveis em 35 países e territórios das Américas, mas as taxas de cobertura com as duas doses ainda não chegam a 80% das meninas. Junto com a vacinação contra o HPV, o rastreamento e o tratamento de lesões de forma precoce podem prevenir novos casos e mortes. Se detectado precocemente, o câncer do colo do útero pode ser tratado e curado. Sem tratamento, este tipo de câncer é quase sempre fatal.

“Cento e oitenta mulheres foram orientadas em relação à necessidade da realização do exame citopatológico, mais conhecido como “papanicolau”; mães foram orientadas sobre a vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) para adolescentes, segundo diretrizes do Ministério da Saúde, sendo este o vírus causador do câncer de colo do útero; e todas as mulheres foram orientadas sobre medidas de proteção; observar os sinais e sintamos indicativos para a patologia”, destaca a coordenadora do PIC e de Extensão, professora Fernanda Novelli Sanfelice.

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