Em anos mais recentes, os benefícios de terapias como yoga, meditação e atenção plena (mindfulness) fizeram com que elas se popularizassem também dentro das empresas. Segundo estudo publicado no Sage Journals, um grupo de executivos foi examinado durante duas semanas de treinamento de mindfulness. O objetivo era checar a possibilidade de redução da divagação mental e uma eventual melhora do desempenho cognitivo.

Como realizar uma tarefa sem distrações, idealmente, é a base do desempenho numa ampla variedade de contextos, supõe-se que treinar a capacidade de permanecer concentrado no que se está fazendo deveria resultar numa melhora igualmente ampla do desempenho. Em participantes propensos à distração no pré-teste, o resultado apontou para uma redução significativa de pensamentos distrativos durante o trabalho, melhora no desempenho profissional e melhora da função cognitiva com consequências de amplo alcance. 

A pesquisa mostrou que a mente humana tende a divagar cerca de 50% do tempo. No dia a dia profissional, entretanto, as pessoas ainda têm de lidar com interrupções de trabalho, receber e responder e-mails e mensagens instantâneas, telefonemas etc. Tudo isso contribui para que os profissionais tenham dificuldade em manter o foco. O fundador norte-americano de uma empresa de investimentos, Peter Cooper, afirma que sua capacidade de investir com sabedoria tem muito a ver com a prática de meditação. “Como investidor, preciso tomar decisões com base em insights relevantes. A meditação me ajudou a descartar informações que, embora interessantes, são desnecessárias para o que tenho de fazer. Assim, posso focar nas poucas coisas que fazem diferença no desempenho do investimento no longo prazo”.

De acordo com a terapeuta holística comportamental Inês Telma, autora do livro “As 10 partes do ser – descobrindo nossa essência espiritual”, a meditação aprimora habilidades como atenção, memória e inteligência emocional. “Tanto no livro quanto nas jornadas que o Via Dhandara promove, o lema é ‘minha vida, minha empresa’. Para cada uma das dez partes do ser (mental, físico, espiritual, alma, proteção, sensorial, família, real, missão e planeta) corresponde um setor da empresa, como diretoria, gerência, funcionários, produto, marketing, cliente etc.”.

Segundo a terapeuta, quando uma pessoa está concentrando toda sua atenção em uma ou duas partes e negligenciando outras, é gerado um desequilíbrio com resultados visíveis, que podem se manifestar em estresse, ansiedade, desânimo, divergências constantes, falta de concentração e de propósito. “A meditação e a atenção plena resultam num aumento de bem-estar e positividade. A prática diária, ainda que seja por cinco ou dez minutos todos os dias, pode ajudar a levar esse otimismo para o local de trabalho e aumentar a satisfação. Por facilitarem, aos poucos, a expressão das emoções, essas terapias tornam o praticante mais inteligente emocionalmente, gerando impactos positivos nos relacionamentos pessoais e profissionais”.

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