De acordo uma pesquisa realizada pela OMS e noticiada pela Agência Brasil, o bruxismo é comum em boa parte das pessoas e cerca de 30% da população mundial sofre com tal condição – este índice pode ser ainda maior entre os brasileiros, chegando a 40%.

O cuidado com os dentes vai muito além de questões estéticas e podem até mesmo estarem ligados a questões psicossomáticas. Ao contrário do que alguns podem imaginar, o bruxismo não é distúrbio, mas sim um comportamento ou hábito de atividade muscular mastigatória que pode acontecer durante o sono ou durante a vigília, como divulgado pelo Segundo Consenso Internacional de 2018.

O problema que pode ocorrer em todas as idades, em muitos casos, só possui diagnóstico através de uma consulta ao dentista que poderá constatar alguns sintomas visíveis como o desgaste do dente e do esmalte, ou até mesmo relatos do próprio paciente sobre dores na mandíbula e face. 

Para o dentista, pesquisador e professor em bruxismo André Porporatti, o comportamento que ocorre, principalmente, em vigília (acordado) tem uma relação próxima com fatores emocionais como estresse, ansiedade, nervosismo e concentração.

Em uma população com cada vez mais índices de ansiedade, como mostra um levantamento da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o índice de comportamento do bruxismo pode se agravar e justificar o aumento no número de pessoas que sofrem com o problema. O especialista também esclarece algumas principais dúvidas sobre o assunto:

Quais são os principais sintomas?

“Em primeiro lugar, o travamento de boca e dificuldades de movimentá-la ao acordar e, em segundo lugar, o desconforto, cansaço ou dor nos músculos da face. Há ainda outros sintomas comuns como: desgaste ou fratura no dente; hipertrofia muscular, podendo levar a assimetrias no rosto; dentes móveis, língua e bochechas com marcas; e, ainda, dores de cabeça pela manhã de forma recorrente.”

Existem tipos diferentes de bruxismo?

“Sim, atualmente existem dois tipos: do sono (que acontece quando a pessoa está dormindo) e o da vigília (quando a pessoa está acordada). Atualmente, existem estudos na literatura mostrando que o Bruxismo pode estar associado a várias doenças e fatores sistêmicos importantes, como: síndromes genéticas, como Síndrome de Down; obstrução das vias aéreas, como desvios de septo; problemas alérgicos, como asma e rinites; distúrbios do sono, como apneias do sono; refluxo gastroesofágico; Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH); drogas e medicamentos, como antidepressivos; fumo, álcool e café; estresse e fatores psicológicos, como ansiedade, nervosismo e concentração; e alterações neurológicas, como Parkinson e Alzheimer.”

O professor André Porporatti também esclarece que antes mesmo de discutir um tipo de tratamento, é importante que uma avaliação seja feita por um Cirurgião-Dentista capacitado e especializado em bruxismo e dores orofaciais, para avaliar as possíveis causas secundárias citadas anteriormente. 

“Após o diagnóstico correto, os tratamentos podem envolver algumas opções como: orientações para o sono, para o autocuidado, para saúde física e mental, placas oclusais (de material rígido), compressas quentes ou geladas dependendo dos sintomas, técnicas de biofeedback, laserterapia etc.”

Para saber mais, basta acessar: www.andreporporatti.com ou @andreporporatti

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