O primeiro semestre deste ano não foi fácil para boa parte das 5.570 prefeituras espalhadas pelo Brasil. De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 2.362 cidades apresentaram déficit primário nos seis primeiros meses de 2023. O número é quase sete vezes maior do que o registrado no primeiro semestre do ano passado, cujo total foi de 342. Num cenário como esse, gestores têm recorrido, cada vez mais, à tecnologia, especialmente soluções envolvendo a inteligência artificial, para melhorar a arrecadação e combater a evasão de impostos. Algumas dessas soluções serão apresentadas no Smart Gov Brasil, que acontece na cidade do Rio de Janeiro, entre 6 a 8 de dezembro. O evento é promovido pela Associação Nacional das Cidades Inteligentes, Tecnológicas e Inovadoras (Anciti) e parceiros.

A proposta da Anciti é ser uma vitrine de cases de sucesso na gestão pública, estimulando o compartilhamento das soluções mais inovadoras e cujos resultados causem impactos positivos na vida dos munícipes. Entre as prefeituras que apresentarão trabalhos, estão Rio de Janeiro, Niterói (RJ), Pindamonhangaba (SP), Jaguariúna (SP), Contagem (MG), Porto Alegre (RS), Santa Maria (RS), Recife (PE) e Petrolina (PE).

O presidente da Anciti, Johann Dantas, salienta que num cenário em que todos vivem a expectativa da reforma tributária – cuja promessa maior é a simplificação de tributos, transparência e estímulo ao crescimento econômico –, na prática, ainda há muitas dúvidas sobre qual será o impacto real da nova legislação sobre as receitas municipais. “Com isso, os prefeitos se mobilizaram para fazer o dever de casa com a ajuda da tecnologia”, ressalta. “Então, a melhor estratégia sempre será investir em ferramentas que proporcionem um melhor gerenciamento dos gastos públicos”, complementa.

Johann Dantas reforça que a Anciti se propõe a contribuir para a construção de um ecossistema de cidades inteligentes, tecnológicas e inovadoras no Brasil, capaz de promover o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida para todos os cidadãos. “Nossa ideia, como instituição, é promover o intercâmbio de conhecimento e das melhores práticas entre as entidades de tecnologia da informação e comunicação (TIC) dos municípios brasileiros”, explica o titular da associação, lembrando que a Anciti tem apenas dois anos de existência.

Para ele, o desafio maior será fortalecer a atuação das empresas municipais de TIC e estimular a colaboração entre as cidades, visando a criação de redes integradas de inovação que possam atender às demandas e necessidades de cada região. “Estamos trabalhando incansavelmente para que o maior número possível de cidades despertem para a importância do uso da tecnologia na gestão municipal”, enfatiza.

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