Reaproveitamento de águas cinzas será debatido no 34° Encontro Técnico AESabesp
Uma das mesas redondas do 34º Encontro Técnico/Fenasan 2023 abordará o tema “Reaproveitamento de águas cinzas, uso sustentável em áreas urbanas e rurais”. Coordenado por Sonia Nogueira, engenheira e membro da Comissão Organizadora do evento, o debate ocorrerá no dia 5 de outubro, das 11h às 12h30, na Sala 5. O congresso e a feira são uma realização da Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp.
A mesa será composta pelos especialistas: Isabel Figueiredo, assessora técnica do CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, Juliano Mudadu, engenheiro ambiental e Sanitárias pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), e Adriano Luiz Tonetti, professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (Unicamp).
Esta discussão visa à troca de conhecimento sobre estudos desenvolvidos por universidades e centros de pesquisas, além de novas normas da ABNT. A norma determina que esse tipo de esgoto de origem doméstica deve ser reutilizado para fins em que não haja exigência de água potável, desde que seja sanitariamente segura. Incentivo ao desenvolvimento e instalações de novas tecnologias, ainda resulta em economia de água potável, economia de energia elétrica e menor produção de esgoto sanitário nas edificações de acordo com norma da ABNT 16783/2020 – fontes alternativas.
O tema abordado vem ao encontro do atendimento dos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.”Vários especialistas do setor do saneamento ambiental realizaram estudos /pilotos quanto aos usos das águas cinzas, além de atestar que moradores principalmente de áreas rurais e onde há escassez hídrica praticavam o reaproveitamento dessas águas para para usos menos nobres. Atualmente é considerada um recurso valioso com um alto potencial de reutilização e está se tornando usual solução para escassez hídrica. No entanto, a adoção generalizada da reutilização de águas cinza depende de sua aceitabilidade pela população”, explica Sonia Nogueira.
Segundo ela, a Lei Federal 14.546/23 prevê, entre outras medidas, que o poder público estimule o uso de água da chuva e o reaproveitamento das chamadas “águas cinzas” em novas edificações urbanas residenciais e comerciais, além da indústria e do agronegócio. É classificado como água cinza, conforme explica Sonia, qualquer efluente gerado por uma residência, exceto o esgoto sanitário (águas negras). São as águas de usos doméstico como de chuveiros, pias, lavatórios, tanques e máquinas de lavar.
“Essas águas, depois de usadas, podem ser coletadas, tratadas e disponibilizadas somente em rega de jardins, lavagem de calçadas e de carros, pisos e descarga sanitária”, diz Sonia.
Alguns locais utilizam o reuso de acordo com a Norma da ABNT de Fontes Alternativas – NBR 16783:2019, que estabelece procedimentos e requisitos para caracterização, dimensionamento, uso, operação e manutenção de sistemas de fontes alternativas de água não potável em edificações com uso residencial, comercial, institucional, de serviços e de lazer, como por exemplo, empreendimentos em Curitiba, no Paraná, desde de 2020.
Sonia Nogueira salienta que alguns países usam águas cinzas como solução às secas nas regiões mais áridas: Oriente Médio, Austrália. Também algumas regiões dos Estados Unidos, como Califórnia, em que a própria concessionária local presta serviço de saneamento. Em países como Alemanha e Canadá, a solução é apresentada pelas construtoras do empreendimento, no Brasil também está sendo adotada esta prática em algumas construções.
“No Brasil, o tema está em pauta como prioridades pelos profissionais do setor, órgãos municipais, estaduais, academia/universidades, secretarias, associações, comitês e subcomitês das bacias hidrográficas, entre outros, para contemplar áreas rurais, áreas periféricas urbanas em diversos estados brasileiros”, ressalta a engenheira.
“Que todos os congressistas que participarem de mesas, painéis e trabalhos técnicos unam-se numa só direção para alcançarmos o objetivo do evento, que é contribuir para uma planeta mais saudável para a sobrevivência de todos os seres”, enfatiza Sonia Nogueira sobre as expectativas para o congresso e a feira.
Vitrine e ponto de encontro
O 34º Encontro Técnico AESabesp e a Fenasan 2023 dão espaço para mostrar que o saneamento ambiental desempenha um papel fundamental para o nosso futuro no planeta, pois está diretamente ligado à qualidade de vida das pessoas, à preservação dos recursos naturais e, consequentemente, à perenidade dos bens e serviços atrelados ao setor, cujas demandas são prioritárias na agenda brasileira em busca da universalização do acesso aos serviços de água e esgoto até 2033.
Para fortalecer a transversalidade que o saneamento tem com todas as áreas ligadas à sustentabilidade, nesta edição, a Fenasan terá seu espaço expositivo ampliado e integrado à feira Waste Expo Brasil, que possui foco em serviços, máquinas e equipamentos para a gestão dos resíduos.
Programação: https://fenasan.com.br/programacao/
Serviço:
34º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2022 – “Saneamento Ambiental na Globalização do Desenvolvimento Sustentável”
Mesa Redonda – Reaproveitamento de Águas Cinzas, Uso Sustentável em áreas Urbanas e
Rurais
Dia 5 de outubro (quinta-feira), das 11h às 12h30
Na Sala Cantareira 5, Pavilhão Branco – Expo Center Norte, em São Paulo, capital.
Mais informações: https://fenasan.com.br/