A transformação digital vem dando demonstrações de facilidades no dia a dia de profissionais de diversos setores nos últimos anos. No cenário da educação não poderia ser diferente. Após a adoção do computador, tablet e das aulas online, a inteligência artificial (IA) está ganhando força nas escolas, seja para ajudar no processo de aprendizagem dos alunos ou na otimização das atividades de diretores e professores.

Levantamento do Google mostra que 70% dos estudantes brasileiros já ouviram falar de inteligência artificial e, três em cada dez já utilizaram ferramentas com a tecnologia. A pesquisa, realizada em parceria com a Educa Insights e que entrevistou cerca de mil alunos de todo o Brasil, também revelou que 86% dos jovens acreditam que a IA será eficaz ou muito eficaz na resolução das dúvidas e problemas, enquanto 10% afirmam ainda não saber, e 4% acreditam que será pouco eficaz.

De acordo com Christine Lourenço, diretora pedagógica do Grupo Salta Educação, é imprescindível que gestores, coordenadores e professores estejam envolvidos nos debates sobre os avanços e as novas tendências da tecnologia, que chegaram para aprimorar o ensino e o processo de aprendizagem. “Entender como funciona cada uma delas é fundamental para se adaptar às novas metodologias educacionais, que exigem cada vez mais de alunos, professores e instituições de ensino”, afirma ela.

Impactos da inteligência artificial na educação

Especialistas afirmam que a inteligência artificial pode impactar significativamente a educação, transformando a maneira como os alunos aprendem e os professores ensinam. Para Christine, a adoção da IA tem dois caminhos: o primeiro deles é a assistência ao professor, chamada de teacher assistant, e o segundo, relacionado à tutoria direta ao aluno. Ambos com possibilidade de promover uma grande repercussão no processo educacional.

“Introduzir a inteligência artificial na escola é uma ótima maneira de preparar os alunos para o futuro e ajudá-los a desenvolver habilidades em áreas como resolução de problemas, pensamento crítico e criatividade. Do lado do professor, a tecnologia é usada para aprimorar a atuação como mediador e curador do conteúdo. O dia a dia deles é cheio de atividades que vão além das tarefas feitas em sala de aula, como tarefas anteriores (plano de aula, seleção de principais objetivos da aula) ou posteriores às aulas (correção de exercícios, correção de provas). Nessas frentes, em que tempo é um empecilho, a utilização dessa tecnologia será um grande aliado na vida dos docentes”, completa.

A otimização do tempo é um dos benefícios da IA, especialmente pela possibilidade de automatizar tarefas rotineiras e repetitivas, liberando tempo para que os educadores possam se concentrar em atividades que requerem habilidades humanas, como orientação individualizada, feedback personalizado e interações sociais. Um benefício não muito falado do uso da IA é o fato de o aluno ficar por dentro das tecnologias que surgem. Inclusive, é uma das competências garantidas aos estudantes de Educação Básica pela BNCC – nova Base Nacional Comum Curricular – que trata de cultura digital.

Cuidados e desafios com a IA

A IA também requer cuidados para que seja eficaz na educação. Um deles é garantir que haja pensamento crítico para que o aluno consiga mediar o conteúdo e possa construir em cima do que está sendo proposto. De acordo com Christine, já é consenso entre educadores sobre a necessidade de se trabalhar questões éticas e sociais envolvendo plágio, cola e situações similares, para que os estudantes consigam fazer um bom uso das ferramentas tecnológicas. “Esse é um desafio que as escolas enfrentam com os alunos, mas que precisamos falar sobre isso, preparando-os para este mundo digital, no qual estão expostos e inseridos”, conclui.

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