Segundo a mais recente pesquisa da Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre mobilidade e trabalho, divulgada no final do mês de agosto, 36% dos brasileiros (ou seja, mais de um terço da população) que vivem em grandes cidades passam mais de 1 hora no trânsito diariamente.

No entanto, cerca de 8% dos brasileiros gastam mais de 3 horas se locomovendo para realizar atividades de rotina, como trabalhar e estudar; outros 7% ficam entre 2 e 3 horas por dia no trânsito e 21% entre 1 e 2 horas. De acordo com 23% dos entrevistados, o aumento do tempo perdido no trânsito se deve a redução da oferta das linhas de ônibus durante e depois da pandemia.

Para tentar amenizar este problema, as secretarias de urbanismo municipais e estaduais, com o auxilio de tecnologias em mobilidade – buscam subsídios para o controle, planejamento e para mobilidade urbana mais sustentável  e segura, otimizando o uso das vias e rodovias no Brasil.

O especialista em mobilidade urbana, Guilherme Araújo, explica que é uma tendência o aumento do trânsito e do número de veículos nas ruas, reforçando a necessidade de novas políticas públicas para melhorar a qualidade do serviço, bem como de novos subsídios para que seja feito realmente o compartilhamento de gastos entre Estados e União.

“Não seria um subsídio discricionário, mas uma política pública permanente. Além disso, o repasse de parte da fiscalização para o transporte público – que inclusive já está em tramitação pelo PL 711/2011, de multas pelo transporte irregular de passageiros e taxa recorrente sobre pólos geradores de tráfego seriam algumas alternativas para melhorar o transporte público”, menciona Guilherme.

Desincentivo ao transporte individual 

Por outro lado, segundo o especialista, se fazem necessárias medidas de desincentivo ao transporte individual como, por exemplo, que vise o repasse de receitas dos aplicativos de transporte  e/ou pedágio para o transporte público, o uso de vias ou faixas exclusivas para veículos com mais de uma pessoa (incluindo táxis e apps) e o uso de estacionamentos rotativos de menor duração ou com valor variável conforme  o horário 

Tecnologia a favor dos gestores de tráfego

No Brasil, fabricantes já estão desenvolvendo sistemas que possibilitem a integração entre motoristas, veículos e aplicativos de trânsito. “Neste exato momento, soluções plenamente digitais para a realização de sistemas de ITS, ultra seguros e eficientes estão sendo projetados e implementados baseados, principalmente, nestes três pilares tecnológicos”, afirma Guilherme Araújo, que também é presidente da Velsis, empresa fabricante  de tecnologia em trânsito.

Ele conta que, hoje, as tecnologias são fabricadas utilizando inteligência artificial e integrando dados, vídeos e imagens para otimizar ações de fiscalização, incluindo o número de pessoas por veículos nas rodovias e vias públicas.

Os equipamentos também são dotados de sensores que possibilitam identificar o perfil de tráfego, a velocidade e geometria do veículo em toda a seção da via, inclusive entre as faixas, e captam informações do veículo, como cor, modelo e situação perante os órgãos de trânsito.

“Estamos em um momento da história em que se torna mais frequente a fusão de tecnologias para realizar funções complexas, para melhorar a experiência e a segurança dos usuários, trazendo benefícios para a sociedade e reduzindo o estresse diário do usuário”, finaliza Guilherme.

  

 

 

 

 

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