O balanço do Mapa de Empresas, painel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), divulgado na entrada de novembro, mostra que a quantidade de companhias fechadas em setembro deste ano (172.881) diminuiu 7% em relação a agosto (185.872). O levantamento mensal sobre o ambiente de negócios brasileiro disponibilizado pelo MCTI inclui os dados ligados aos Microempreendedores Individuais (MEIs). 

Segundo o governo federal, o número de empresas abertas no Brasil em setembro caiu 16% na comparação com o mês de agosto. Em setembro, foram 305.531 companhias com atividades iniciadas no território nacional – contra 364.568 registros em agosto.

“Esse estudo nos permite enxergar se a perspectiva do empreendedorismo por necessidade tem mudado para o de oportunidade, o que pode indicar um futuro promissor para o país. O Brasil está entre as cinco economias do mundo que mais empreendem”, avalia o CMO da Agilize Contabilidade Online, Marlon Freitas.

“Em função da nossa situação social, a realidade que se sobressai é a do empreendedorismo por necessidade. Por exemplo, a pandemia gerou desemprego, porém fez com que muitos profissionais superqualificados criassem seus próprios negócios”, acrescenta o executivo.

O Mapa de Empresas tem painéis que exibem dados atualizados mensalmente sobre as companhias registradas no país e a quantidade de aberturas e encerramentos, além do tempo médio para regularização, atividades desenvolvidas e localização.

 

Comparações 2023 X 2022: MEIs são as que mais fecham

Entre janeiro e setembro de 2023, o país soma 3.023.035 estabelecimentos abertos (contra 3.069.260 no mesmo período do ano passado), o que representa uma diminuição de 1,5% na comparação com 2022. A quantidade de empresas fechadas nesse mesmo período saltou 26%: de 1.306.139 (em 2022) para 1.650.867 (em 2023).

Um levantamento publicado neste ano pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a partir das bases de dados da Receita Federal e de estudos de campo entre 2018 e 2021, aponta que os MEIs têm a maior taxa de mortalidade na categoria Pequenos Negócios: 29% fecham após cinco anos de atividade.

Os autores do estudo indicaram como fatores que contribuíram para o fechamento de empresas uma menor capacitação técnica, planejamento/gestão deficiente e problemas no ambiente econômico, como a pandemia de Covid-19.

“Como não temos uma cultura muito forte de empreendedorismo por oportunidade, a educação empreendedora no Brasil ainda é fraca. Diversas pessoas começam a empreender intuitivamente e não fazem ideia dos riscos envolvidos. Assim, elas consideram apenas o cenário otimista e acabam não se organizando bem financeiramente”, pontua o CMO da Agilize Contabilidade Online.

 

CNPJs ativos: São Paulo lidera o ranking

O Mapa de Empresas mostra que existem mais de 22 milhões de CNPJs ativos no Brasil, das quais as microempresas representam 88,5%, seguido das companhias de pequeno porte (5,3%) e das de outros tipos (6,2%).

Desse total, São Paulo é o estado com a maior quantidade de empresas ativas: mais de 6,3 milhões. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná aparecem na sequência da lista de unidades federativas. Rondônia tem o menor número de companhias em atividade, com 39.326.

Os setores a seguir têm destaque entre as empresas ativas em 2023:

– Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (com 1.113.711)

– Cabeleireiros, manicure e pedicure (870.373)

– Promoção de vendas (648.888)

– Obras de alvenaria (579.701)

– Comércio varejista de produtos em geral (484.997)

Segundo o Mapa de Empresas, dos últimos 14 anos, o recorde de criação de companhias no Brasil ocorreu em 2021, com 4.030.617 negócios abertos. Por outro lado, o total de estabelecimentos fechados em um ano atingiu o pico em 2018, com 2.433.677 encerramentos.

 

Expectativa para o fim de ano

De acordo com Marlon Freitas, os dois últimos meses do ano costumam ser mais fracos, em geral, na abertura de empresas no Brasil. “Apesar de as pessoas estarem um pouco mais capitalizadas nesse período, pois receberam o 13º salário, elas estão envolvidas com questões do consumo das próprias famílias, tanto é que notamos uma movimentação maior no varejo. Talvez isso seja muito cultural do brasileiro”, afirma.

“Por outro lado, o começo do ano é o momento de destaque no início das atividades das companhias. Avalio que isso também se relaciona com a nossa cultura de fazer planos e ter um otimismo mais elevado no começo do ano”, salienta o executivo.

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