Ser sustentável não é o foco de empresas globais, diz estudo
Descobertas da pesquisa “Sustentabilidade da TI 2023 ” revelam que a busca das empresas pela sustentabilidade da TI (descarte correto de dispositivos digitais e eletrônicos) ainda enfrenta desafios. O estudo realizado com 1.050 líderes de companhias de tecnologia de todo o mundo, incluindo 344 das Américas e 44 da América Latina, apontou que para 85% dos entrevistados, a sustentabilidade é um valor crítico para a empresa onde atuam. Mas na prática, das companhias que participaram da pesquisa, 61% delas, o que significa a maior parte, não utilizam soluções de monitoramento para garantir o alinhamento dos ambientes da empresa às melhores práticas de sustentabilidade.
De acordo com um estudo da Green Eletron, o Brasil recicla apenas 3% de seu lixo eletrônico . O levantamento mostrou que 87% das empresas e pessoas guardam eletroeletrônicos sem utilidade em seus ambientes e que 25% do universo pesquisado nunca descartou esse tipo de resíduo da maneira apropriada.
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Em contrapartida, as empresas europeias parecem estar mais avançadas nessa cultura, conquistando as maiores marcas em todas as ações sustentáveis listadas pelo estudo “Sustentabilidade da TI 2023”. Enquanto 51% dos gestores de TI deste continente afirmaram já reduzir o hardware ao mínimo, nas Américas 45% dizem adotar essa estratégia, seguidos de 37% das organizações na Ásia. A mesma tendência se repete no quesito “uso de energia renovável”: 49% na Europa e 43% nas Américas e na Ásia. O Parlamento Europeu regulamentou, em 2021, que a meta de redução de 55% das emissões seja atingida até 2030 e, até 2050, a neutralidade climática das empresas da região. No Brasil, o país já conta com uma legislação semelhante, o Decreto 10.240 de 12 de fevereiro de 2020 .
Luis Arís, gerente de negócios da Paessler América Latina, conta que a pesquisa “Sustentabilidade da TI 2023” detalha como os gestores de TI enxergam a questão da sustentabilidade. Arís relata que numa resposta de múltipla escolha, 48% dos participantes da pesquisa afirmam que é importante reduzir ao mínimo o uso de hardware, 45% apostam em smart buildings, ambientes automatizados onde o consumo de energia é otimizado por meio de soluções baseadas em sensores IoT.
“Além disso, o documento mostrou que 45% do universo pesquisado valorizam o uso de energia renovável e 34% buscam a sustentabilidade por meio da contratação de serviços de data centers verdes”, conta Arís.
O executivo da Paessler enfatiza que a pesquisa revelou, ainda, que 28% dos participantes da pesquisa priorizam a adoção de soluções na nuvem em lugar de ambientes on-premises tradicionais (que ocupam espaços físicos). Com base na pesquisa “Sustentabilidade da TI 2023”, Arís afirma que há organizações que hesitam em usar a TI para monitorar todos os ambientes da empresa para reforçar sua jornada em direção à sustentabilidade e que isso, aumenta o abismo entre o modelo ESG (Environmental, Social and Governance / Ambiental, Social e Governança) e as práticas reais das organizações.
Na visão de Aris, a capacidade das empresas de monitorar de forma proativa e preditiva a sustentabilidade desde a compra até o descarte do dispositivo digital, garantindo que o seu ciclo de vida aconteça de acordo com as melhores práticas de sustentabilidade poderia acelerar a jornada do Brasil ao modelo ESG.
Arís explica que além da pesquisa “Sustentabilidade da TI 2023” lançar luzes sobre o que se passa em todo o universo digital, de computadores e softwares a dispositivos IoT, a pesquisa deixa claro que o uso da TI permite que o gestor de TI monitore, 24×7, fatores que vão desde a temperatura, umidade do ar, índice de oxigênio no ar e até mesmo o consumo de água. “Com essa visão macro sobre todos os dispositivos, digitais ou eletrônicos, é possível garantir que o ciclo de vida de todos os dispositivos aconteça de acordo com as melhores práticas de sustentabilidade”, ressalta Luis Arís.