Quem passa pela Avenida Floriano Peixoto, no Centro de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, vê de longe um prédio imponente, com formato diferenciado que chama atenção: o Teatro Municipal Severino Cabral. Muito além da estrutura arquitetônica, o local abriga a memória cultural da cidade, e nesta quinta-feira (30) completa 60 anos de história.
O Teatro Municipal Severino Cabral foi inaugurado no dia 30 de novembro de 1963, há 60 anos. Na época, segundo registros históricos preservados pelo próprio local, o teatro surgiu após movimentações de um grupo de artistas amadores locais, que reivindicavam a construção de um espaço alternativo aos cineteatros Capitólio e Babilônia.
Foi quando o então prefeito de Campina Grande, Severino Cabral, designou o diretor de planejamento e urbanismo do Município, Austro de França Costa, para construir um teatro. Quem assinou o projeto arquitetônico do espaço foi o campinense Geraldino Duda, um dos grandes nomes da arquitetura moderna na Paraíba.
A estrutura que chama a atenção de quem passa pela região central da Rainha da Borborema tem formato de um apito ou bico de flauta, uma referência ao conceito da arquitetura moderna, presente na obra de Geraldino.
Ao fim da construção, Campina Grande recebeu, além de um de seus mais simbólicos prédios, um teatro que viria nomes como Fernanda Montenegro e subir em seu palco, e outros como Lourdes Ramalho e Eneida Agra Maracajá, ganharem enorme projeção a partir das atividades desenvolvidas nele.
Na inauguração, o Teatro Municipal Severino Cabral promoveu sua primeira apresentação artística com o ator José de Vasconcelos, um dos mais importantes humoristas do rádio brasileiro na época. Pessoas de várias partes viajaram para Campina Grande para ver de perto o municipal.
Em 60 anos de história, o Severino Cabral passou por algumas mudanças estruturais. A primeira delas em 1975, e a segunda em 1988, com a conclusão definitiva do projeto. Mais recentemente, em 2010, uma nova reforma estrutural aconteceu.
No final da década de 1970, o térreo do teatro recebeu a instalação do Mini Teatro Paulo Pontes, que disponibiliza 80 lugares para realização de espetáculos de menor porte.
Hoje, o Teatro Municipal Severino Cabral possui 682 lugares, divididos em duas plateias e também em camarotes. O local conta ainda com a Galeria de Artes Irene Medeiros, dois camarins individuais, um hall e dois depósitos. Há também sala de ensaios, vestiário, copas, hall e espaço administrativo.
Cerca de 30 profissionais, divididos em equipes como limpeza, manutenção, técnica e de eventos, mantém diretamente o teatro em pleno funcionamento. Outros cerca de 50 parceiros, como músicos e professores também auxiliam nas atividades desenvolvidas no espaço.
O atual diretor do teatro, professor e produtor cultural Carlos Alan Peres, afirma que diversas inovações, não somente de ordem estrutural, foram observadas no espaço ao longo das últimas seis décadas. Mudanças estas que formaram o Teatro Municipal Severino Cabral visto hoje.
“Várias questões foram inovadoras durante 60 anos. Cada diretor dava uma sugestão que formou o teatro que vemos hoje. São 60 anos que o teatro, mesmo mantendo a aparência no ponto de vista da arquitetura, passa por transformações internas feitas a partir das demandas e da evolução da atividade cultural”, afirmou Carlos Peres.
Além das mudanças estruturais, o teatro precisou também se adaptar às restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Em meados de 2021, funcionou com atividades remotas que permitiram a continuidade de apresentações artísticas já desenvolvidas.
“O teatro não parou totalmente, mas desenvolveu eventos online e isso mostrou uma outra vertente que o teatro tem, que é o digital. Hoje temos recursos tecnológicos que se integram a produção cultural de forma irreversível, que também têm se incorporado no teatro, e que influenciam a produção cultural local”, explicou Carlos Peres.
Quando reabriu as portas, em julho de 2021, o teatro recebeu inicialmente apenas 30% do público total. De lá para cá, segundo a administração do espaço, cerca de 390 eventos, entre corporativos e culturais aconteceram. A estimativa é de que 20 mil ingressos gratuitos tenham sido distribuídos nos últimos três anos.
Hoje, o teatro que chega aos 60 anos carrega, também, grandes eventos que compõem não somente o calendário cultural de Campina Grande, como também ajudam a projetar a cidade no cenário à nível regional.
Eventos como o Festival de Inverno de Campina Grande (FICG) e o Festival Internacional de Música de Campina Grande (FIMUS) acontecem anualmente no Severino Cabral. Atividades da Exposição Armorial, que passou por Campina Grande com obras de Ariano Suassuna.
“O teatro, além de receber espetáculos produzidos aqui e fora e desempenhar o papel local da fruição da arte e da cultura, também funciona como impulsionador da produção cultural da cidade. Temos dança, música, teatro, e disponibilizamos para os parceiros toda uma estrutura para que eles possam desenvolver e melhorar o que já fazem, e nós possamos também contribuir com isso”, disse o diretor.
Em comemoração aos 60 anos de inauguração, o Teatro Municipal Severino Cabral vai receber o musical ‘Superstar’, baseado na ópera rock Jesus Christ Superstar.
A obra é sobre a relação entre Jesus e Judas, será encenada em um espetáculo fruto do projeto de Residência Artística, por meio do qual artistas de teatro, música e dança aprofundam seus conhecimentos e habilidades.
No projeto, artistas participam de oficinas e, como produto final, apresentam um espetáculo. Nesta quinta (30), às 19h, o público poderá prestigiar o musical que envolve 27 residentes e diversos outros profissionais que estão se preparando para o momento desde agosto.
Com G1/PB
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