“Se eu reagisse eu apanhava mais”, diz vítima de agressões de médico em João Pessoa/PB

Rafaella Lima, de 32 anos, revelou que parou de reagir às agressões para assim “sofrer menos”. Câmeras de segurança de um prédio filmaram a enfermeira e estudante de medicina sendo agredida pelo médico João Paulo Souto Casado, de 41 anos, em João Pessoa, na Paraíba. As declarações foram feitas durante entrevista à jornalista Larissa Pereira.

Em entrevista, Rafaella relatou que na primeira vez que apanhou, pega de surpresa, instintivamente reagiu. E foi justo nesse dia que ela ficou mais machucada. Assim, quando a cena se repetiu alguns meses depois, ficou acuada: “Dessa vez eu não reagi. Eu entendi que se eu reagisse eu apanhava mais. Era mais inteligente não reagir”, declarou.

A vítima das agressões confessa que tinha vergonha de toda a situação e que durante muito tempo tentava esconder das pessoas o que estava acontecendo. “Eu fazia o mínimo de barulho possível, porque eu não queria que ninguém ouvisse nada. Eu não gritava e tentava ir para longe da sala de estar para os vizinhos não escutarem”, revela.

Relembre o caso:

Em um vídeo, gravado em abril do ano passado, o médico João Paulo Souto Casado está em um elevador e puxa o cabelo da mulher e a empurra várias vezes, na frente de uma criança. Já em outras imagens, de setembro de 2022, a vítima é agredida com socos dentro de um carro.

A polícia chegou a pedir a prisão de João Paulo Casado, mas o pedido foi negado pela Justiça. Ele chegou a se apresentar à polícia, ficou calado durante o depoimento e foi liberado. Após a divulgação das imagens, ele foi afastado do cargo de diretor técnico do Trauminha. 

Além disso, João Paulo também é Cabo Bombeiro Militar da Paraíba e médico atuante no Grupo de Resgate Aeromédico do Corpo de Bombeiros (Grame) e no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa.

Recentemente, a Secretaria da Segurança Pública da Paraíba afastou a delegada Nadja Filho de Araújo de suas atividades na Delegacia da Mulher de João Pessoa. A delegada foi afastada por não dar continuidade às investigações sobre o caso. A decisão foi no Boletim de Serviços da Polícia Civil do sábado (16).

Com o G1PB.