O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo, na noite desta sexta-feira (6), após a divulgação de que ONG Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexualcontra ele. 

Após reunião com Silvio Almeida, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a situação dele é insustentável e o tirou do cargo. O Planalto aguardava que o o ministro se antecipasse e pedisse para sair, o que ele teria dito que não ia fazê-lo.

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, afirmou nota da Presidência. 

A existência das denúncias foi divulgada na quinta-feira (5) pelo portal “Metrópoles” e confirmada em nota pública pela ONG, que combate a violência sexual. 

Segundo o portal, os episódios teriam ocorrido no ano passado e uma das vítimas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Silvio Almeida nega as acusações. 

A divulgação do caso provocou uma crise no governo.

Segundo a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, integrantes da equipe do presidente Lula sabiam, desde o ano passado, de relatos de suposta conduta de assédio por parte de Almeida. 

Em nota na noite dessa quinta-feira (5), o Palácio do Planalto informou que a Comissão de Ética da Presidência da República abriu um procedimento de apuração sobre o caso. Na manhã desta sexta, membros da comissão se reuniram para tratar do caso. 

Após a reunião, ficou decidido, de forma unânime, que Almeida tem 10 dias para apresentar defesa. 

A Comissão de Ética Pública tem, entre outras atribuições, a função de fiscalizar o cumprimento do Código de Conduta da Alta Administração. 

Almeida também foi chamado para “prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, por conta das denúncias publicadas pela imprensa contra ele”. 

A Polícia Federal também informou que vai abrir inquérito ainda nesta sexta para apurar o caso.

Fonte: Globo.com