O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (15), engatando a 5ª sessão consecutiva de desvalorização ante o real. Investidores passaram o dia repercutindo a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter as taxas de juros entre 5,00% e 5,25% ao ano.
A melhora das perspectivas para a economia brasileira por parte da agência de classificação de risco S&P Global Ratings, na véspera, também ficou no radar.
A moeda norte-americana recuou 0,09%, cotada a R$ 4,8022.
No dia anterior, o dólar teve queda de 1,15% e fechou cotado a R$ 4,8063, no menor patamar desde 6 de junho de 2022. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular quedas de:
No mercado acionário, o Ibovespa voltou a subir e fechou aos 119.221 pontos, renovando o maior patamar desde outubro.
Os mercados globais continuaram a repercutir a decisão de política monetária anunciada pelo Fed na quarta-feira (14). A instituição manteve as taxas de juros inalteradas em um patamar entre 5,00% e 5,25% ao ano, que é o maior desde 2007.
Se os juros sobem nos Estados Unidos, ocorre uma migração dos investidores, que retiram seus recursos de ativos considerados de risco para alocar nos títulos públicos norte-americanos, que são considerados os mais seguros do mundo e, com juros maiores, entregam uma rentabilidade mais atrativa.
Dessa forma, com uma pausa na subida das taxas da maior economia do mundo, outros ativos, como a moeda brasileira ganham fôlego contra o dólar.
Vale ponderar, no entanto, que Jerome Powell, presidente do Fed, já sinalizou que novas altas podem acontecer nos próximos meses.
Entre os indicadores do dia, a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar sua principal taxa de juros pela 8ª vez consecutiva também ficou no foco do mercado. A alta foi de 0,25 ponto percentual, para 3,5%, o nível mais alto desde 2001.
Ainda no exterior, novos dados da China reforçam que a economia do país está passando por um processo de desaceleração. Analistas do BTG Pactual destacam que as vendas no varejo subiram 12,7% em maio, contra uma expansão de 18,4% observada em abril, enquanto a produção industrial cresceu 3,5%, abaixo da alta de 5,6% do mês anterior.
Por conta da perspectiva de desaceleração, o governo chinês está estudando novas medidas de apoio financeiro para setores privados e de consumo no país. Essa notícia animou os mercados de commodities, porque a China é um dos principais demandantes desses produtos.
No cenário doméstico, também é uma notícia de ontem que seguiu repercutindo. A agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva, o que não acontecia desde 2019.
A empresa também reafirmou o rating de crédito soberano, que reflete a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros, em “BB-” — nota que o país tem desde 2020.
Essa classificação ainda indica um “grau especulativo” — o que, segundo a agência, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Além disso, “arcabouço fiscal, contas públicas, inflação, PIB, reforma tributária e reforma ministerial continuam a ser foco das atenções do mercado”, pontua a equipe de análise do BTG.
O novo corte nos preços da gasolina anunciados pela Petrobras nesta quinta-feira também ficou no radar. A redução foi de R$ 0,13 para as distribuidoras.
Com G1
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