O agricultor Deusdete Lino Pereira voltou a enxergar após passar por uma cirurgia no dia 9 de janeiro de 2024. Há oito anos, ele perdeu a visão do olho direito enquanto trabalhava em uma casa, vítima de um acidente com um balde de tinta. O olho esquerdo, embora também lesionado, foi salvo na ocasião. Contudo, quatro anos depois, trabalhando na roça, uma pedra atingiu o olho esquerdo dele, resultando em uma infecção irreversível que exigiu sua remoção.
A busca por tratamento levou o agricultor a diversos centros oftalmológicos em João Pessoa, Brasília e Recife, sem sucesso. Após uma pesquisa na internet, ele descobriu um caso semelhante ao seu na cidade de Itaporanga.
“Pesquisando na internet, descobrimos o caso de uma mulher de Itaporanga que fez um transplante de córnea. Conseguimos o contato com ela e nos indicou o Dr. Diego Gadelha em Campina Grande. Ele é um médico muito bom. Perguntei à minha irmã se desse certo fazer a cirurgia se ela faria a doação, e ela disse que faria na mesma hora e de bom coração. Então corri atrás, e depois ele me disse que seria uma doação, eu fiquei muito emocionado”, afirmou.
A cirurgia, realizada pelo renomado oftalmologista Diego Gadelha, no Hospital HELP – Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa – da Fundação Pedro Américo, foi um processo delicado e inovador.
De acordo com o oftalmologista Diego Gadelha, devido à lesão na córnea causada por uma queimadura química, a opção de transplante de córnea tradicional não era viável. Com o trauma no outro olho anos depois, não havia a possibilidade de retirar células-tronco do olho saudável do paciente. Portanto, foi necessário recorrer a um doador externo, sendo preferencialmente um parente de 1º grau para aumentar a compatibilidade.
“As células-tronco do epitélio da córnea da irmã de Deusdete foram cuidadosamente transplantadas para o olho dele, com a esperança de promover a proliferação de um novo epitélio que cobrirá a córnea, restaurando sua transparência e, consequentemente, sua visão. Embora seja necessário esperar um período maior, as condições estão sendo criadas para que o paciente possa enxergar ainda melhor no futuro”, pontuou o oftalmologista.
Muito emocionada, a agricultora Eliete Pereira afirmou que não teve medo em fazer a doação para o irmão.
“Dr. Diego foi um anjo que Deus colocou na vida do meu irmão. Tudo foi se encaixando muito bem, foi uma cirurgia tranquila. Fiz de coração, de alma. Fiquei mais feliz do que já sou, não tenho palavras para agradecer a toda equipe que nos acolheu. Hoje, ele está vendo e revendo as pessoas, andando sozinho pela cidade. É muita emoção e felicidade”, pontuou.
“Essa é sem dúvida, uma história fantástica de humanismo, doação e Fé. Quando a gente vê a doação de uma irmã que permite que a gente tire um pedaço do olho dela para que o irmão volte a enxergar, acreditamos mais em Deus e na humanidade. E o Hospital HEP tem essa missão, ser mais moderno e mais humano. Para nós que fazemos o HELP, poder fazer esse transplante de células-tronco do limbo através da filantropia da Fundação Pedro Américo é um motivo de emoção e muito orgulho”, finalizou o médico Diego Gadelha.
Depois do transplante, o agricultor precisou fazer imunossupressão. Segue sendo atendido por uma equipe no Hospital HELP e acompanhado pelo médico Marcos Farias.
Fonte: Ascom/Hospital HELP
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