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Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo

O homem suspeito de tentar assassinar Donald Trump neste domingo (15) acampou do lado de fora do campo de golfe do ex-presidente com comida e um fuzil AK-47 por quase 12 horas esperando o republicano antes de disparos serem ouvidos no local, segundo documentos judiciais revelados nesta segunda-feira (16).

Acredita-se que Ryan Routh, de 58 anos, tenha se posicionado na linha de árvores do campo de golfe entre 1h59 e 13h31 de domingo no horário local (entre 2h59 e 14h31 no horário de Brasília), de acordo com um depoimento do FBI que cita dados de celular do suspeito. Uma câmera digital, um rifle estilo SKS carregado com mira e uma sacola plástica contendo comida foram recuperados da área onde Routh estava, segundo o depoimento.

O suspeito foi baleado por agentes do Serviço Secreto ao ser detectado. Segundo a polícia local, ele portava um fuzil AK-47 e câmeras. Nesta segunda-feira (16), o suspeito foi a um tribunal da Flórida, onde foi acusado formalmente por dois crimes com arma de fogo.

Por conta do episódio, a agência de Serviço Secreto norte-americana foi alvo de críticas ao não ter detectado o suspeito, que foi encontrado a poucos metros do campo de golfe onde Trump estava — a Legislação dos EUA determina a proteção de candidatos à presidência por policiais e agentes do FBI e do Serviço Secreto.

Ryan Routh enfrenta acusações de posse de arma de fogo, apesar de uma condenação anterior por crime, e posse de uma arma de fogo com número de série adulterado. O Departamento de Justiça não confirmou que o suspeito tenha efetuado disparos. Acusações adicionais e mais graves são possíveis à medida que a investigação continua e os promotores buscam uma acusação formal de um grande júri.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, prometeu nesta segunda mobilizar “todos os recursos disponíveis” para investigar a mais recente tentativa de assassinato contra Trump.

“Estamos agradecidos de que o ex-presidente esteja a salvo”, disse Garland em um comunicado. “Trabalharemos incansavelmente para garantir que se prestem contas e utilizaremos todos os recursos disponíveis nesta investigação”, acrescentou.

No domingo, tiros foram disparados perto de um campo de golfe em West Palm Beach, na Flórida, onde o republicano disputava uma partida. As autoridades locais disseram que agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos que protegiam Trump viram um homem com um fuzil AK-47 próximo ao campo.

Autoridades disseram que o homem que apontou o rifle e foi preso é Ryan Wesley Routh, de 58 anos. Policiais identificaram o suspeito para a agência Associated Press (AP) sob condição de anonimato, pois não estavam autorizados a discutir a investigação em andamento.

Segundo as autoridades, Routh largou a arma e fugiu em um SUV preta, sendo posteriormente detido em um condado vizinho. Ele também deixou duas mochilas penduradas em uma cerca e uma câmera GoPro próximo ao campo. O motivo da ação ainda é desconhecido.

Routh foi condenado em 2002 por posse de uma arma de destruição em massa, de acordo com os registros online do Departamento de Correção de Adultos da Carolina do Norte.

Os registros não fornecem detalhes sobre o caso, mas uma reportagem do News & Record de 2002 afirma que um homem com o mesmo nome foi preso após um impasse de três horas com a polícia.

A reportagem relata que ele foi parado durante uma abordagem de trânsito, colocou a mão em uma arma e se barricou em uma empresa de telhados. Routh foi acusado de portar uma arma escondida e de posse de uma arma de destruição em massa (uma metralhadora totalmente automática), segundo o News & Record.

O atirador estava a cerca de 400 a 500 metros de distância de Trump, escondido entre arbustos, enquanto o ex-presidente jogava uma rodada de golfe no Trump International Golf Club, em West Palm Beach.

Ric Bradshaw, xerife do Condado de Palm Beach, disse que quando as pessoas entram na vegetação ao redor do campo, “elas ficam praticamente fora de vista”.

Segundo Bradshaw, todo o campo de golfe teria sido cercado por policiais se Trump fosse o presidente em exercício, mas, como ele não é, “a segurança é limitada às áreas que o Serviço Secreto considera necessárias”.

A proteção de Trump tem sido maior do que a de alguns de seus colegas devido a sua alta visibilidade e sua campanha para buscar a Casa Branca novamente. Sua segurança foi reforçada dias antes da tentativa de assassinato de julho na Pensilvânia devido a uma ameaça à vida de Trump vinda do Irã, disseram autoridades dos EUA.

Fonte: G1