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Presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto fez elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o petista é “totalmente diferente” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e tem “muito prestígio” e “popularidade”. O dirigente criticou o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e senador eleito Sergio Moro (União-PR) por sua atuação na Lava-Jato, que levou à prisão de Lula, e disse que o petista tem razão de se sentir injustiçado pelas ações de Moro.

“Lula não tem comparação”, afirmou. “O Lula é um camarada do povo, é completamente diferente do Bolsonaro, completamente diferente. E é um fenômeno também ele chegar aonde chegou”, disse o presidente do partido de Bolsonaro, em entrevista ao jornal “O Diário”, de Mogi das Cruzes (SP), reduto político e eleitoral de Valdemar Costa Neto. A entrevista foi concedida há quase um mês, em 15 de dezembro de 2023, e tem 1h20 de duração, mas as declarações ganharam visibilidade nas redes sociais recentemente, com um trecho em que Valdemar faz elogios a Lula e às gestões do petista.

“O Lula foi bem no governo também e elegeu a Dilma [Rousseff] depois”, disse. “Agora é completamente o Lula, não tem comparação com o Bolsonaro”, afirmou Costa Neto. “Primeiro que o Lula tem muito prestígio. Ele não tem o carisma que o Bolsonaro tem. Lula tem prestígio, popularidade. Ele é conhecido por todos brasileiros. O Bolsonaro não. Bolsonaro tem um mandato só”, declarou o presidente nacional do PL.

Valdemar citou o fato de ter indicado o empresário José Alencar para a vice de Lula na eleição de 2002 e disse que foi essa indicação que fez o petista ganhar seu primeiro mandato. “[Era um vice] de direita”, disse. “Ele [Lula] ganhou a eleição por causa disso, por causa do José Alencar.”

“Bolsonaro não é normal”

Durante a conversa, o entrevistador, Darwin Valente”, questionou quem é mais difícil no trato, Lula ou Bolsonaro, e Costa Neto respondeu de imediato: “Mil vezes o Bolsonaro”. O entrevistador comentou que Bolsonaro é uma pessoa “de difícil trato” e Costa Neto interrompeu: “Ele não é normal”.

O presidente do PL fez elogios a Lula e depois reforçou que Bolsonaro “é um camarada de difícil trato”, “diferente da gente”, “que não é normal” e que brigou por vários lugares por onde passou.

“Moro vai ser cassado”

O dirigente afirmou que Lula está “mais machucado” e “com razão” com tudo o que aconteceu com ele durante a Operação Lava-Jato e a prisão de 580 dias, e lembrou que o então juiz Sergio Moro foi o responsável pela prisão do petista.

“O cara fica machucado, evidente que fica. Quinhentos dias de prisão”, disse. “O Moro errou. O Moro superou os limites da lei e ninguém imaginava que o Moro queria ser presidente da República. Moro foi candidato a presidente, viu que não deu certo, pulou fora e virou candidato a senador. Ele fez tudo aquilo pensando em ser presidente da República, ultrapassou os limites da lei”, declarou o dirigente na entrevista. “Quando eu falo isso o pessoal da direita fica bravo”.

Costa Neto reforçou as críticas à atuação de Moro, repetiu que o ex-juiz “passou do limite da lei para aparecer, para ser candidato a presidente” e repudiou as ações. “Não está certo isso. Ele vai pagar caro por isso. Ele vai ser cassado”, afirmou.

Esquerda em São Paulo

Ao falar sobre eleições, Valdemar citou que Bolsonaro perdeu na capital paulista em 2022, apesar de ter vencido no Estado, e disse que na cidade de São Paulo “a tendência é de a esquerda” ter um melhor desempenho eleitoral. “Na capital ele perdeu. Na capital a tendência é de esquerda”, disse. Em outras cidades, Valdemar disse que pretende alugar um avião para levar o ex-presidente para fazer campanha.

Mensalão

O dirigente, que foi condenado por envolvimento no mensalão, disse que o então deputado Roberto Jefferson (PTB) inventou a denúncia porque o PT lhe devia dinheiro. “O PT fez um acordo político com Roberto Jefferson e não pagou. Só pagou uma parte”, disse Valdemar sobre o suposto esquema de repasse de dinheiro a deputados em troca de apoio em votações no Congresso. A acusação partiu de Jefferson, em 2005. O PL integrava a base aliada do governo Lula à época.

Valdemar também criticou as condenações aplicadas pelo então relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, a quem Valdemar chamou de “revoltado, complexado”, e disse que a acusação não comprovou a existência de pagamentos regulares a aliados. “Nunca paguei mesada para ninguém. [O partido] tinha dois ministérios [no governo Lula] e vou pagar mesada pro camarada, pô?”.

Com Palavra PB