O Brasil é o segundo país mais visado por hackers no mundo, com mais de 685 mil ciberataques identificados no ano passado. Os dados são de um relatório da empresa de cibersegurança NetScout e foram divulgados pela CNN Brasil. Diante dessa informação, é comum que muitos negócios se preocupem com a proteção das suas operações, incluindo a parte de certificados digitais.
Como explica José Luiz Vendramini, key account manager da empresa especializada Redtrust, certificados digitais são documentos eletrônicos que autenticam a identidade em ambientes virtuais. Eles garantem que a pessoa ou entidade é realmente quem diz ser, trazendo mais segurança para assinatura de documentos, acesso a sistemas governamentais e transações financeiras.
“Em um mundo onde a digitalização das empresas avança rapidamente, os certificados digitais tornaram-se uma das joias mais cobiçadas pelos cibercriminosos. Esses elementos, cruciais para a autenticação e a assinatura digital, podem ser manipulados, corrompidos ou até mesmo roubados, colocando em grave risco não apenas a operatividade, mas também a reputação e a segurança econômica de qualquer organização”, analisa Vendramini, cuja empresa na qual atua tem uma solução focada em certificados digitais.
O especialista lista as principais consequências que as empresas podem enfrentar ao terem os certificados digitais atacados. A primeira está relacionada à perda de credibilidade e confiança do público, que pode ser abalada se a segurança da empresa for violada.
Na parte econômica, os impactos da manipulação de certificados digitais podem ser enormes, incluindo custos associados à recuperação e mitigação da brecha de segurança, além de perdas resultantes da interrupção das operações comerciais, explica Vendramini.
Outro risco está em ter as suas atividades paralisadas, o que resulta em perda de receitas e atrasos na entrega de produtos ou serviços para os clientes. É o caso, por exemplo, de uma plataforma de e-commerce que deixa de processar pedidos e despachar encomendas devido a um ataque.
“O acesso não autorizado a certificados digitais pode expor informações altamente sensíveis, incluindo dados confidenciais de clientes, funcionários e parceiros comerciais, levando a violações de privacidade e roubo de identidade”, diz Vendramini.
A empresa pode ter a sua identidade usurpada como consequência do acesso não autorizado ao certificado digital. Ou seja, criminosos conseguiriam fazer atividades fraudulentas em nome da organização.
“Há o risco de sofrer ações legais: fraudes perpetradas com certificados roubados podem expor a empresa a processos legais caros e multas significativas. Após um ataque cibernético, as companhias são obrigadas a realizar investimentos significativos para melhorar suas medidas de segurança digital, o que pode impactar consideravelmente o orçamento operacional”, sinaliza Vendramini.
O CEO da Redtrust, Daniel Rodríguez, reforça o alerta sobre os riscos que uma empresa enfrenta diante da vulnerabilidade dos certificados digitais. “Não é apenas uma questão de segurança da informação, mas uma estratégia essencial para assegurar a continuidade e o desenvolvimento sustentável do negócio”, ressalta.
Nesse ponto, Rodríguez e Vendramini destacam algumas práticas que ajudam a proteger o certificado digital e a reduzir o risco de ameaças virtuais. Entre elas, optar por uma gestão especializada, ter um armazenamento centralizado e seguro, controle total das políticas de uso para evitar o acesso de usuários não autorizados, monitoramento dos registros de uso e a possibilidade de criar alertas.
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