Qual o nível de conhecimento de inglês entre trabalhadores de empresas no Brasil? Com essa pergunta em mente, o Lingopass ‒ edtech brasileira que oferece programas de idiomas personalizados para o mercado corporativo ‒ produziu o Censo de Proficiência 2024, apresentando dados sobre o domínio da língua estrangeira no país.
Segundo a empresa, 45,6% dos profissionais testados estão no nível iniciante, ao passo que 48% atingiram o intermediário e apenas 6,4% alcançaram nível avançado, no qual se considera que estão aptos a produzir documentos técnicos, participar de negociações complexas, palestrar sobre a área, compreender nuances culturais e liderar equipes nativas.
Para chegar aos números, aplicaram-se mais de 900 testes, avaliando cinco competências: pronúncia, entonação, fluência, vocabulário e gramática. A amostra contemplou funcionários de diferentes empresas, setores e funções. Aviação, agronegócio, educação, finanças, hotelaria, jurídico e tecnologia foram alguns dos segmentos analisados no censo.
As equipes que fazem uso frequente do inglês, como administração e customers, apresentaram melhores resultados no censo. Por outro lado, setores como logística, marketing, tecnologia da informação e recursos humanos demonstraram maior necessidade de aprimoramento, afirma o censo do Lingopass.
De acordo com a análise, há desigualdades entre diferentes perfis de profissionais. Indivíduos com menos de 35 anos tiveram uma distribuição equilibrada entre os níveis iniciante e intermediário. Após essa idade, no entanto, a proficiência tende a estagnar, constatou o censo.
Outro exemplo de desigualdade levantado pela pesquisa está no fato de que 74% dos indivíduos autodeclarados pretos ficaram no nível iniciante, enquanto apenas 1% alcançou o nível avançado.
“Hoje, a realidade é que o sistema escolar e de ensino superior não dá conta de formar pessoas com as habilidades profissionais que o mercado exige. As mudanças são muito rápidas, constantes e significativas. Uma das dores mais latentes é a linguística e esse mapeamento nos ajuda a saber exatamente onde as empresas precisam focar, para que o investimento seja muito preciso e traga o maior retorno possível”, afirma Suzana Lordelo, cofundadora e COO do Lingopass.
Em sua visão, é raro encontrar profissionais do mundo corporativo que nunca tenham ao menos tentado estudar inglês. Ela afirma que ajuda o fato de o acesso ao idioma ser amplo na internet, com aplicativos, filmes, séries, podcasts, livros e notícias.
“Todavia, na hora de falar, ter conversas espontâneas ou complexas, e aplicar o conhecimento ao meio profissional, vemos uma enorme dificuldade e aí isso é o que prende a maioria no ‘intermediário’, impedindo que seja alcançada a fluência”, pondera Lordelo.
Ela defende que os negócios atuem ativamente na capacitação dos seus funcionários, oferecendo oportunidades de cursos e treinamentos para que eles aprendam inglês. “Cabe às empresas investirem no desenvolvimento de seus colaboradores, ou ela própria terá o prejuízo que vem de não ter equipes com habilidades necessárias para prosperar”, opina.
Sobre o Censo de Proficiência 2024
O Censo de Proficiência é gerado anualmente com base em dados demográficos coletados por meio do teste de nivelamento do Lingopass com IA, em conformidade com as normas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Os dados analisados incluem raça, nível em inglês, gênero, data de nascimento, escolaridade, cargo e departamento.
Esse levantamento permite que portais e empresas utilizem as informações para compreender o perfil linguístico e profissional de diferentes grupos, apoiando estratégias de desenvolvimento e capacitação alinhadas às demandas do mercado.
Para saber mais, basta acessar: https://www.lingopass.com.br/
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