Conforme esclarecimentos divulgados pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre indicações do uso de polimetilmetacrilato (PMMA), é possível verificar a informação de que todos os produtos usados em procedimentos médicos e estéticos devem ser previamente aprovados pela Anvisa, responsável por avaliar a segurança, eficácia e qualidade dos itens antes de autorizar sua comercialização. O esclarecimento diz que produtos como o Biossimetric, que contém PMMA, só podem ser aplicados por profissionais médicos habilitados e são destinados a usos específicos, como correções faciais e corporais.
Segundo informações publicadas pela Anvisa, o PMMA é autorizado, entre outras coisas, para tratar a lipodistrofia em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e para correções volumétricas faciais e corporais. A publicação também informa que a concentração do PMMA nos produtos varia de 5% a 30%, conforme a necessidade de aplicação. Conforme informado pelo fabricante, o produto deve ser injetado em camadas específicas do corpo, como a derme profunda ou o tecido celular subcutâneo, dependendo da concentração de PMMA presente na formulação.
Além das informações divulgadas no site do Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) também publicou um texto sobre uso do PMMA em procedimentos estéticos, alertando sobre os riscos associados. Em comunicado oficial, a entidade afirma que o PMMA não é recomendado para fins estéticos, citando riscos graves como infecções, necroses e, em casos extremos, insuficiência renal e óbito.
Sobre o assunto, o Dr. André Ahmed, cirurgião plástico e especialista em Gluteoplastia afirmou que tem acompanhado de perto as discussões sobre o uso do PMMA em procedimentos estéticos e corporais. Dr. André continuou dizendo que embora o PMMA seja aprovado pela Anvisa com indicações muito específicas, como no tratamento de lipodistrofia facial nos pacientes em uso de antirretrovirais para tratamento do HIV, considera fundamental destacar os graves riscos que o produto apresenta quando aplicado em procedimentos estéticos. Isso ocorre principalmente nas utilizações em grande volume, como no caso do aumento dos glúteos. “O PMMA, apesar de sua aprovação para usos restritos e reparadores, não deve ser empregado em procedimentos estéticos devido ao seu alto potencial de complicações, suas limitações no manejo de intercorrências e os riscos a longo prazo. É preciso existir a defesa da busca por métodos cientificamente aprovados, seguros e eficazes, que priorizem a saúde e o bem-estar dos pacientes, e acredito que uma fiscalização mais rígida sobre o uso do PMMA seja fundamental para evitar tragédias associadas ao seu uso inadequado”.
Ainda sobre a publicação, Dr. André Ahmed afirmou que a gluteoplastia de aumento com prótese de silicone é um dos procedimentos mais eficazes e seguros para quem busca melhorar o contorno e o volume dos glúteos. Dr. André disse ainda que a escolha pela prótese de silicone é fundamentada em fatores importantes. “Primeiro, a prótese de silicone é um material amplamente estudado e utilizado em várias áreas da cirurgia plástica, com décadas de evidências clínicas que comprovam sua segurança e eficácia. Além disso, as próteses modernas possuem superfícies que minimizam o risco de deslocamento, e seu formato é projetado para se adaptar ao contorno anatômico, proporcionando um resultado harmonioso e natural. Vale ressaltar que as próteses utilizadas no Brasil precisam ter registro da Anvisa e Inmetro. Passam por diversos testes antes de serem comercializadas. Porém, precisamos também reforçar que é muito importante que as pacientes operem com um cirurgião plástico especialista em gluteoplastia”.
Na publicação feita pela SBCP, verifica-se que a remoção do PMMA, uma vez injetado, é extremamente difícil e quase sempre deixa sequelas graves nos pacientes. A publicação informa que diante dessa realidade, a SBCP está em diálogo com a Anvisa e o Conselho Federal de Medicina (CFM) para propor a proibição do uso de PMMA por médicos e outros profissionais da saúde no Brasil.
Conforme informado na publicação da SBCP, o Conselho Deliberativo da entidade aprovou, por unanimidade, um posicionamento que desaconselha o uso de PMMA em procedimentos estéticos, tanto por médicos quanto por outros profissionais de saúde. A publicação aponta que a recomendação é baseada em evidências científicas e pesquisas bibliográficas que apontam para o alto risco de complicações e intercorrências.
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