Open Finance: Geração Z é mais propensa a compartilhar dados

Uma pesquisa da Fiserv revela que metade dos brasileiros não se sente confortável em compartilhar suas informações e o histórico de cartões de crédito com outras instituições financeiras. Boomers e usuários da geração X são os mais receosos em aderir ao Open Finance (67% e 53%, respectivamente), enquanto a geração Z é a mais propensa – apenas 40% não compartilharia suas informações.

Apenas 13% dos Boomers sentem-se muito seguros em dar acesso a esses dados, seguidos pelas gerações X (23%), Y (24%) e Z (36%). Um ponto positivo, no entanto, é a mudança de postura quando questionados se estariam dispostos a informar sobre o pagamento e valor de faturas, limite e benefícios resgatados, entre outros, em troca de vantagens financeiras. Neste caso, 55% responderam positivamente, em especial se isso significar obter cartões de categorias superiores ou premium, enquanto mais da metade mudaria de ideia caso o compartilhamento desse a eles acesso a limites maiores de crédito ou a benefícios diferenciados (ambos com 52% das respostas). 

O levantamento faz parte da pesquisa “Fiserv Insights: brasileiros e o uso de cartões de crédito hoje e amanhã”, realizada entre 23 de abril e 15 de maio de 2024 com 1.216 proprietários de pelo menos um cartão de crédito ativo, e que usam este cartão pelo menos uma vez por semana. 

No país que se destaca mundialmente pela rápida adoção de tecnologias financeiras e diversidade de meios de pagamento, a forma de utilização dos cartões avança – de acordo com o mais recente levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), 65,8% dos R$ 965 bilhões transacionados via meios eletrônicos de pagamento no primeiro trimestre do ano foram na modalidade crédito. Um montante de R$ 635,2 bilhões, que representa uma alta de 11,4% em relação ao mesmo período de 2023.

“Mergulhar no universo específico dos cartões de crédito, olhando para o hoje e para as expectativas do usuário para amanhã, nos permite obter informações que são de extrema importância para os pequenos e médios negócios, com o propósito de ajudá-los a vencer o desafio diário de garantir a melhor experiência e a segurança que atraem e fidelizam seus consumidores”, afirma Jorge Valdivia, General Manager da Fiserv no Brasil.

Segurança

A tentativa de fraude no cartão de crédito é uma realidade para 45% dos usuários. De acordo com a Fiserv Insights, dos que sofreram fraude, 53% tiveram perda financeira – 18% entre R$ 100 e R$ 500 e 20% entre R$ 500 e R$ 5 mil. Neste cenário, 67% dos usuários de cartões de crédito se declaram muito preocupados com o tema, independente da classe social. As modalidades de pagamento que consideram mais seguras pelos usuários de cartão de crédito são, respectivamente: biometria (67%), cartão físico inserindo o chip (64%), cartão virtual para compras online (59%) e mobile wallet (carteiras digitais). 

Curiosamente, mesmo com o constante crescimento de utilização, o cartão físico por aproximação (34%) e armazenamento de dados de cartão físico em apps (31%), são as formas de pagamento consideradas menos seguras para os consumidores, reforçando a importância de se aumentar a informação e orientações capazes de desmistificar essa sensação de insegurança, uma vez que os especialistas no assunto são unânimes em reafirmar as vantagens de se usá-los para evitar ser vítima de fraude.

O cartão de crédito na era do Pix

A coexistência do Pix com o cartão de crédito pode ser analisada de acordo com a experiência de cada compra e o perfil do cliente. Para os usuários que preferem o uso do Pix no dia a dia, a maioria (53%) declara que ele não substitui o cartão de crédito por terem características distintas. Olhando para o futuro, 40% da Geração Z, que já utiliza mais o Pix no dia a dia (37%) do que o cartão de crédito (30%), é a que mais acredita que o Pix pode vir a substituir o cartão de crédito.

A pesquisa indica que o cartão de crédito prevalecerá especialmente nas compras em loja online (57%), compras em lojas físicas (47%) e para pagar serviços recorrentes de assinaturas (48%). O levantamento também destaca que Geração Z é a que mais declara que vai deixar de usar cartão de crédito para compras para pagamentos de serviços como luz, água e gás (32%), em redes sociais (29%) e para pagar serviços recorrentes de assinaturas (19%). Compras parceladas (63%) e de alto valor (59%) são as menos propensas à substituição. 

Perfil do usuário de cartão

Fiserv Insights expõe que a maioria dos consumidores entrevistados (77%) possui três ou mais cartões de crédito ativos e apenas 9% possuem apenas um cartão. Como esperado, consumidores do nível socioeconômico A têm mais adesão a múltiplos cartões (85%) em comparação às classes B (80%), C (73%) e D (72%), apesar de não haver uma grande discrepância. 

Cartão: meio ou renda?

Ainda dentro deste tema, para 15% dos entrevistados, o limite do cartão de crédito é considerado como uma complementação da renda, ou seja, esse valor é essencial para que eles consigam arcar com seus gastos mensais. Nos níveis D e E, o percentual aumenta para 28%. Apesar de 85% definirem o cartão apenas como um meio de pagamento, sem extrapolar seu faturamento mensal, o uso do limite como fonte adicional de renda também aparece entre os usuários dos níveis socioeconômicos A e B, mesmo que discretamente – respectivamente, 8% e 9%, subindo para 15% entre os respondentes da classe C.

A maioria dos pagamentos do dia a dia são feitos no cartão de crédito, fator vinculado principalmente à oferta de benefícios e a um melhor controle das finanças. A prática é mais comum entre os entrevistados das gerações Y (75% das respostas), X e Boomers (ambos com 79%), enquanto os consumidores da geração Z alternam o uso do cartão (53%) com outros meios de pagamento (37%). 

“O segmento de varejo e serviços depende totalmente do avanço dos meios de pagamento digitais, ainda mais em um país repleto de diferenças e particularidades. Acompanhamos esses resultados para o desenvolvimento de soluções e serviços personalizados aos clientes, para atuação em um cenário cada vez mais competitivo”, finaliza Valdivia. 

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