No nono mês do ano, o consórcio registrou o maior volume de consorciados da história da modalidade. Em setembro, após 62 anos de sua criação, foram alcançados 11,07 milhões de consorciados, 11,1% acima dos 9,96 milhões atingidos no mesmo mês do ano passado.
Paralelamente, o acumulado de vendas totalizou 3,37 milhões de cotas de janeiro a setembro, 7,0% maior que as 3,15 milhões obtidas no mesmo período de 2023. Nos mesmos meses, os negócios decorrentes somaram R$ 282,98 bilhões, 20,5% superior aos R$ 234,90 bilhões anteriores.
As 391,34 mil cotas comercializadas em setembro foram a terceira melhor marca do ano. Ficaram abaixo somente das 481,82 mil anotadas em agosto, recorde mensal nos últimos vinte anos, e das 396,74 mil de julho, evidenciando boa performance nos três meses iniciais do segundo semestre.
De acordo com o acompanhamento da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), a partir de janeiro de 2022, quando apontou 8,21 milhões de consorciados ativos, até setembro de 2024, ocasião que chegou a 11,07 milhões, o consórcio completou trinta e três meses consecutivos de constante crescimento, atingindo 34,8% de crescimento. Neste período, houve apenas uma retração em abril de 2023.
Em setembro, houve ligeira elevação do valor do tíquete médio em relação ao mesmo mês do ano passado. Os R$ 79,65 mil constatados em 2024 no sistema de consórcios foram 1,5% maiores que os R$ 78,46 mil, verificados um ano atrás. Comparativamente, nos últimos cinco anos, os tíquetes médios, somente dos meses de setembro, demonstraram expansão de 29,6% entre os valores médios registrados.
Nos nove meses deste ano, o acumulado de consorciados contemplados somou 1,27 milhão, estável em relação aos mesmos 1,27 milhão registrados naquele período do ano passado.
No período, a concessão de créditos para os consorciados contemplados atingiu R$ 72,39 bilhões, potencialmente injetados nos segmentos da economia nos quais a modalidade está presente, 10,3% acima dos R$ 65,63 bilhões de um ano.
“Completados três trimestres do ano, o sistema de consórcios voltou a superar as expectativas ao ultrapassar a marca dos 11 milhões de participantes ativos”, destaca Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “evidenciando o conhecimento e a confiança do brasileiro na modalidade”.
“Ao demonstrar boas performances, vale registrar que os três maiores volumes mensais de vendas do ano – julho, agosto e setembro -, acumularam 1,27 milhão de cotas. Trata-se de total acima dos dois trimestres anteriores. No primeiro, a soma foi de 975,95 mil cotas, enquanto no segundo o montante foi de 1,12 mil. Foram crescimentos expressivos que sinalizam otimismo na projeção para os últimos três meses do ano”, afirma Rossi.
“Entendemos que a essência da educação financeira vem gradativamente consolidando, tanto nas pessoas físicas como nas jurídicas, uma postura consciente sobre o consórcio, como parcela importante em suas finanças. É possível afirmar que as expectativas são cada vez mais positivas ao observar um progresso constante da presença do mecanismo na vida financeira das pessoas e das empresas”, complementa o presidente da ABAC.
O consórcio nos elos da cadeia produtiva
O consórcio está em setores como o de duas rodas que, somente nos nove meses de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a possível presença esteve também em um a cada três veículos leves comercializados no país.
Outro exemplo de atuação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, no qual o mecanismo anotou a potencialidade de uma a cada três comercializações de caminhões no mercado automotivo, negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes, com destaque para uso de equipamentos no agronegócio.
Nas concessões acumuladas de janeiro a setembro, o sistema de consórcios atingiu 29,0% de potencial participação no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 38,8% de provável participação, e no de veículos pesados, a relação somente para caminhões foi de 33,2%, no período.
Nos oito meses iniciais deste ano, o segmento imobiliário apresentou 15,4% de consorciados contemplados em potenciais participações no total de 425,93 mil imóveis financiados, incluindo o consórcio. Aproximadamente houve um imóvel por consórcio a cada sete comercializados.
“É importante relembrar que muitos créditos liberados por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, esclarece Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato. Assim, existem valores pertencentes a contemplados em vários segmentos que ainda não foram utilizados, razão pela qual seguimos divulgando em dois tipos de classificações: primeiro as estimativas potenciais de inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
O consórcio no cenário econômico nacional
No segmento de serviços, onde o sistema de consórcios se inclui, observou-se que o acumulado do primeiro semestre de 2024 cresceu 1,6% em relação ao mesmo período de 2023, apontando para bons resultados no segundo semestre, cuja sinalização de confirmação foi registrada no crescimento de 1,2% observado de julho em relação a junho.
Um dos principais fatores de crescimento dos consórcios é a renda. Para o brasileiro, a média em 2024 apresentou crescimento interanual de 5,8%. No entanto, o rendimento habitual médio real atingiu o pico em abril de 2024, com R$ 3.255,00. No segundo trimestre de 2024, a renda média do trabalho principal alcançou um patamar recorde, com R$ 3.424,00 para os homens e R$ 2.696,00 para as mulheres.
Rossi sintetiza, comentando que “como efeito, tem havido expansão do consumo das famílias, o que reforça a perspectiva de crescimento na venda de cotas. Os dados indicam que o consórcio, em razão de suas exclusivas características, é um dos propulsores do crescimento pessoal, profissional e familiar do brasileiro. Concomitantemente, é um alavancador do avanço econômico dos diversos elos da cadeia produtiva, ressaltando que não gera inflação e impulsiona a produção industrial”, finaliza.
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