Segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor de máquinas e equipamentos registrou uma queda na receita líquida de vendas em março de 2024, em comparação ao mês anterior. Ajustando para os fatores sazonais, a retração ocorreu tanto no mercado interno quanto no externo, marcando uma diminuição de 21,3% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo apontamento do relatório.
Conforme informado na publicação, os segmentos de máquinas agrícolas, para a indústria de transformação e para infraestrutura e indústria de base foram os mais impactados. No mercado doméstico, houve uma queda acumulada de 21,9%, embora a receita de vendas de componentes para bens de capital tenha se mantido estável e tenha havido um crescimento nas vendas de máquinas para logística e construção civil.
O relatório aponta dados indicando que fatores como as eleições municipais, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e novas políticas públicas podem direcionar o país para um novo ciclo de investimentos. O estudo aponta que esse otimismo é fundamentado nas expectativas de um ambiente macroeconômico mais favorável, capaz de sustentar um aumento nos investimentos no setor de máquinas e equipamentos.
No comércio exterior, março de 2024 encerrou com exportações totais de US$ 1.018,36 milhões, um aumento de 24,6% em relação a fevereiro. Apesar dessa recuperação mensal, o setor acumulou uma queda nas exportações no primeiro trimestre do ano em comparação com 2023. O relatório ainda informa que, em termos de quantidade física, as exportações cresceram 24,7% em março, mas caíram 13,1% no trimestre, refletindo a valorização do real e uma base de comparação alta do ano anterior.
O estudo informou ainda que o desempenho das exportações variou entre os segmentos monitorados, com crescimento em quase todos, exceto para máquinas de infraestrutura e indústria de base. O relatório mostrou que houve uma queda observada nas exportações de máquinas para agricultura e para logística e construção civil, que juntas representam mais de 40% do total exportado pelo setor. A diminuição das exportações para a América do Sul, especialmente Argentina e Chile, também contribuiu para o resultado negativo.
Por outro lado, é possível observar no relatório que as importações de máquinas e equipamentos aumentaram em março, tanto em relação ao mês anterior (13,9%) quanto ao mesmo mês de 2023 (0,1%), totalizando US$ 2,4 bilhões. O documento informa ainda que em termos físicos, as importações cresceram 16,9% em comparação com fevereiro. No primeiro trimestre, as importações somaram US$ 6,9 bilhões, um aumento de 6,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para máquinas destinadas à fabricação de bens de consumo não duráveis e semiduráveis.
José Antônio Valente, diretor da empresa locadora de equipamentos Trans Obra, afirmou que o aumento de 13,9% nas importações de máquinas e equipamentos em março de 2024, comparado ao mês anterior, e de 6,1% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, destaca a dinâmica do mercado interno. “Para o setor de locação de equipamentos, isso pode significar uma maior disponibilidade de máquinas modernas e tecnologicamente avançadas para aluguel, permitindo que as empresas atendam a projetos complexos e de grande escala com eficiência”.
Ainda de acordo com o relatório, a China, os EUA, a Alemanha e a Itália lideraram as importações para o Brasil, com a China sendo a principal origem. A China respondeu por 29,8% das máquinas importadas no primeiro trimestre, principalmente componentes para reposição ou fabricação de outras máquinas, e máquinas para logística e construção civil.
Em março de 2024, a publicação afirmou que o consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos caiu 20,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, resultando em uma contração de 14,5% nos investimentos nacionais no primeiro trimestre. A desaceleração na agricultura e o baixo nível de utilização da capacidade instalada nos setores de bens de consumo duráveis e de bens de capital foram fatores determinantes para essa retração. Enquanto o consumo de máquinas agrícolas caiu 35%, o setor de transformação registrou uma queda de 6%.
Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que enquanto o setor de máquinas e equipamentos enfrenta desafios, o mercado de locação de equipamentos para construção civil tem a oportunidade de se destacar como uma solução viável e econômica, como tem sido na nossa unidade da empresa de locação de equipamentos em Barra Velha, Santa Catarina. “Com a perspectiva de novos investimentos e um ambiente macroeconômico favorável, o futuro do setor de locação parece promissor, oferecendo flexibilidade e inovação para superar os desafios atuais”.
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