O mercado financeiro é um ambiente dinâmico e repleto de nuances, onde investidores se deparam com desafios constantes ao tomarem decisões sobre suas carteiras. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a soma dos investimentos, realizados por brasileiros pessoas físicas, chegou a R$ 5,5 trilhões em setembro de 2023, um aumento de 9,7% quando comparado ao fechamento do ano anterior.
Ainda segundo a associação, a última edição do “Raio X do investidor brasileiro” destacou que o percentual de pessoas que investem em produtos financeiros aumentou de 31%, em 2021, para 36% em 2022, ultrapassando, até mesmo, a projeção feita para o período. No ranking de preferências, a caderneta de poupança ainda permanece em primeiro lugar (26%), enquanto investimentos diversificados, como ações na bolsa de valores (2%), representam porcentagens bem menores.
O comportamento dos investidores também acende uma luz no que diz respeito ao direcionamento e instruções, pois entender o mercado financeiro pode exigir alguns conhecimentos mais específicos. No entanto, de acordo com o gestor de investimentos Robinson Trovó, algumas vezes, a movimentação no mercado também segue um padrão previsível.
“Ao analisar o comportamento dos investidores, é possível identificar uma tendência comum, que chamo de ‘pirâmide invertida’. Essa metáfora descreve a inversão de lógica que ocorre quando os preços das ações estão em alta”, explica o especialista.
Para o gestor, esse conceito de pirâmide começa a se formar quando o mercado está em um período de euforia, com os preços das ações subindo rapidamente. Nesse momento, os investidores individuais são incentivados a entrar no mercado. O especialista detalha o conceito, desenvolvido por ele, de “Pirâmide Invertida das Ações”:
1. Euforia do mercado: quando as ações estão em alta, os investidores são levados a acreditar que o mercado está seguro e propício para investimentos;
2. Entrada em massa: a euforia pode gerar uma entrada em massa de investidores individuais, que compram ações a preços elevados;
3. Pressão vendedora dos grandes players: grandes instituições começam a vender suas posições. No entanto, a quantidade de vendas pode superar a capacidade dos investidores individuais de absorver essas transações;
4. Queda dos preços: om a entrada em massa e a pressão vendedora, os preços das ações podem cair rapidamente. Os investidores que compraram no auge enfrentam um desafio ao verem suas posições perderem valor.
Educação financeira pode ser a chave para evitar perdas significativas
O Brasil já tem um histórico alarmante quando se fala de educação financeira e controle de finanças e, a cada ano, os índices de inadimplência e aumento de dívidas seguem em crescimento. “Para começar a investir é necessário que haja, minimamente, um controle financeiro e economia de despesas, para que o valor salvo seja aplicado, portanto, em investimentos a escolha do indivíduo”, ressalta Robinson.
Mesmo assim, entender o mercado antes de realizar aplicações financeiras faz parte do que o gestor considera essencial para investidores iniciantes. Robinson Trovó elenca os principais pontos que devem ser considerados:
De acordo com o gestor, ao compreender a dinâmica do mercado e adotar uma visão equilibrada, os investidores podem navegar com mais segurança por esse cenário desafiador.
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