Em média, entre 8% a 9% das pessoas que falecem no Brasil são cremadas, conforme indicativos do Sincep (Sindicato dos Cemitérios e Crematórios). Para Vinicius Chaves de Mello, diretor executivo do Grupo Riopae, esse percentual pode aumentar nos próximos anos, uma vez que uma série de fatores econômicos e ambientais podem influenciar a escolha pela cremação.
O Grupo Riopae é responsável pelo Crematório Metropolitano São João Batista, localizado na cidade de São João de Meriti (RJ). De acordo com Mello, o processo de cremação é um procedimento conduzido de forma cuidadosa a fim de transformar o corpo humano em cinzas por meio da aplicação de calor intenso.
“Na prática, a cremação proporciona que aconteça em horas o que a natureza leva anos para fazer”, afirma.
Nas palavras do especialista, “a cremação oferece uma série de benefícios práticos e emocionais que podem tornar o processo de despedida mais suave e significativo para todos os envolvidos”, frisa. Ele destaca as principais razões pelas quais a opção pela cremação tem se tornado cada dia mais considerada pelos brasileiros nos tópicos a seguir:
Como funciona o processo de cremação?
De acordo com Mello, tudo começa com a “preparação”: Depois do velório, que é idêntico aos hábitos e costumes e da cerimônia de despedida, que é preparada conforme os desejos da família ou as práticas culturais, o ataúde (caixão) é removido para a sala de preparação, onde são removidas as peças metálicas e vidros do ataúde.
Em seguida, o ataúde, contendo o corpo, é colocado em uma câmara de cremação, que é um equipamento projetado especificamente para esse fim. A temperatura na câmara é elevada, geralmente em torno de 900º C.
“Durante o processo de cremação, o calor intenso causa a redução do corpo e de quaisquer materiais orgânicos restantes, a cinzas. A duração do processo pode variar entre duas a três horas, para a cremação ser concluída”, explica.
Ele também destaca que, após a cremação, os restos mortais são removidos da câmara de cremação e resfriados. “Qualquer metal remanescente, como próteses, pinos ou placas, é removido do material cremado por meio de um ímã”, detalha. “Os restos cremados, comumente referidos como cinzas, são então processados em um processo mecânico para garantir uma consistência uniforme”, complementa.
Segundo o especialista, depois disso, as cinzas resultantes da cremação são colocadas em uma urna escolhida pela família – que pode ser mantida, enterrada em um cemitério, colocada em um columbário ou dispersada em um local significativo, de acordo com os desejos do falecido ou da família.
“É importante observar que o processo de cremação é conduzido com o máximo respeito e dignidade, seguindo padrões éticos e regulamentos, rigorosos, para garantir que os desejos do falecido e de seus entes queridos sejam atendidos da melhor maneira possível”, finaliza.
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