Várias cidades brasileiras já decretaram epidemia de dengue. O Brasil já ultrapassou a marca de mil mortes pela doença – enquanto o ritmo da vacinação segue lento. Até mesmo no Distrito Federal, onde o percentual de vacinados é maior que em outros estados brasileiros, a marca ainda não ultrapassou 36%. Na opinião do virologista Gubio Soares, ainda que o número de pessoas vacinadas aumente, no atual cenário somente a vacina não teria o efeito desejado.
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue (Aedes aegypti) estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc.). A pesquisa apontou que depósitos elevados de armazenamento de água (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria), bem como recipientes no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%. Em terceiro lugar (3,2%) aparecem pneus e lixeiras.
Além da dengue, que vem se prolongando pelas ondas de calor e chuvas que avançam no mês de abril, as doenças de outono também preocupam a população. Gripe, resfriado, pneumonia, rinite e muitas outras doenças contagiosas podem ser mais controladas com medidas de higiene. Até mesmo a conjuntivite – que tem maior propagação nos dias frios.
“Todo tipo de virose muito comum nos dias com maior amplitude térmica pode provocar irritação ocular. Da mesma forma que a pessoa pode vir a sentir congestão nasal, dor de garganta e tosse, pode também perceber que a conjuntiva está ficando congestionada, irritada. Lavar bem as mãos sempre que se assoa o nariz é fundamental para evitar que o vírus afete os olhos”, diz o oftalmologista Renato Neves – ressaltando a importância da desinfecção dos ambientes, tanto nos lares como em locais de grande movimentação, como escolas, shopping centers, teatros, cinemas, transportes públicos etc.
De acordo com João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas, fornecedora de cloro para o tratamento de água do Estado do Rio de Janeiro, o uso da água sanitária é fundamental na prevenção de doenças transmitidas em locais com alta densidade populacional. “A base da água sanitária é o hipoclorito de sódio, empregado tanto na desinfecção de ambientes, como na potabilização da água, no tratamento de piscinas, efluentes industriais etc.”, diz Freitas.
Segundo o executivo, além de ajudar a prevenir a população contra as doenças provocadas pelo Aedes aegypti, a água sanitária também pode ser usada na desinfecção de ambientes críticos, na limpeza de caixas d’água, fontes e chafarizes, bem como pode ser usada na limpeza doméstica, de hospitais, escolas e todo tipo de local que receba grande número de pessoas.
Como mais um recurso no controle das doenças contagiosas do outono, Freitas ressalta a importância de se misturar uma tampinha de água sanitária em um litro de água para limpar cozinhas e banheiros, na rega de plantas (já que nessa proporção é inofensiva ao meio ambiente), bancadas, mesas de bar etc. “A população se acostumou a reforçar a limpeza da casa com água sanitária durante a fase crítica da Covid-19. Mas esse hábito deve ser permanente, já que é tão importante manter a higiene dos lares, escolas, clubes, instituições de saúde e todo negócio voltado para o atendimento público”.
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