A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde mental como um estado de bem-estar no qual a pessoa é capaz de desenvolver as próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtiva e contribuir com a comunidade em que vive.

A psicóloga Juliana Boscolo Piovezana, do Hospital VITA, localizado em Curitiba, explica que o assunto saúde mental é um tema muito subjetivo e delicado. Segundo ela, envolve a presença ou não de transtornos mentais, propósito e sentido da vida, qualidade de vida, habilidades de resiliência e ressurgência.

“Muito tem se falado neste tema, principalmente depois da pandemia com o surgimento ou com o agravamento de alguns transtornos mentais, em específico o transtorno de ansiedade e depressão”, revela a psicóloga.

Juliana explica que não existe funcionamento neurológico perfeito, a saúde mental é um equilíbrio com o que tem de bom e a administração do que não é tão bom. “Uma busca ativa de adaptação e flexibilidade ao ambiente em que se vive, para poder viver melhor para si e para a comunidade como um todo”, descreve.

No cenário atual, muitos são os desafios e embates com que as pessoas precisam lidar. A especialista explica que a vida não se torna mais fácil, no entanto com as habilidades que vão se definindo neste processo que é viver, é necessário assumir a autorresponsabilidade, coragem, colaboração, esperança e vontade de viver.

“É preciso permanecer atento e cuidar da saúde física, mental e social. Cuidar de si e desenvolver alguns hábitos para favorecimento desta saúde mental”, alerta Juliana.

A psicóloga listou algumas dicas e orientações:

– Hábitos de vida, qualidade da alimentação e sono. “Estes são dois pontos cruciais para viver bem, o começo e a base para tudo”, destaca.

– Atividade física com regularidade e que gere prazer na execução e conclusão.

– Autoconhecimento, que é aquilo que cada pessoa sabe de si e ao responder algumas questões como: Quem ela é? Qual é propósito e sentido de vida? Quais talentos e habilidades precisa desenvolver para que estes questionamentos sejam respondidos?

– Perceber e reconhecer as próprias emoções e sentimentos, identificar, aceitar e se acolher. “Autodiálogo: lidar com as emoções ajuda a regular os processos emocionais e com isso delimitar de maneira assertiva as situações. Conhecendo-se melhor, a pessoa conseguirá identificar os comportamentos disfuncionais e mudar a forma de se colocar diante das situações”, reforça Juliana. 

– Atividades de lazer; descansar o corpo e a mente. A psicóloga evidencia a importância de investir e persistir nos talentos e habilidades pessoais.

– Cultivar pensamentos mais positivos, adaptativos e de gratidão. “Reclamar faz mal. Sempre há algo a agradecer”, frisa a psicóloga.

– Investir em relações pessoais que agreguem valor à vida dela. 

“Quando existe o entendimento do sentido da vida, da existência da pessoa, todas as dicas ficarão mais tranquilas de serem seguidas e esse autocuidado fluirá”, afirma Juliana. Além disso, a psicóloga explica que nas dificuldades ou na inabilidade de posicionamentos, a terapia psicológica ajudará neste processo, o que favorecerá a autoestima, o emocional, a saúde física e a qualidade de vida.

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