Gestores brasileiros são conservadores e pouco carismáticos

Ao contrário do senso comum, gestores brasileiros costumam liderar sob uma perspectiva mais conservadora, e com bem menos carisma do que se imagina. Esses são os resultados do estudo “Personalidade dos Líderes Brasileiros”, desenvolvido pela Hogan Assessments, em parceria com a Ateliê RH, sua distribuidora no Brasil. O levantamento comparou dados obtidos pela Hogan com textos gerados pelo ChatGPT 4.0 para descrever a personalidade dos gestores no Brasil.
Uma das maiores editoras de testes de personalidade do mundo e utilizada por mais de 300 empresas da lista das 500 Maiores Empresas da Forbes, a Hogan Assessments atende o mercado brasileiro desde 2003, ano em que a Ateliê RH passou a representar a empresa no país. De lá pra cá, as maiores empresas em atuação no Brasil já utilizaram os testes da Hogan para avaliação, seleção e desenvolvimento de pessoas.
“O senso comum de que os líderes brasileiros são flexíveis e adaptáveis não é confirmado pelo nosso levantamento. E, apesar da fama de mais extrovertidos e expressivos, nossos dados indicam que a força de trabalho e os gestores são menos propensos a criar vínculos em comparação com os globais”, explicou Roberto Santos, Sócio-diretor da Ateliê RH.

A pesquisa foi feita a partir de uma mostra global de 19.970 gestores – e um recorte brasileiro de cerca de 388 gestores.

Perfil conservador

Talvez o traço de personalidade que mais chama a atenção apontado pela pesquisa tenha sido a característica mais conservadora da liderança brasileira. “Em geral, os gestores preferem segurança e estabilidade, evitam riscos, seguem regras, têm resistência à mudança e são menos imaginativos do que os gestores globais”, explica Santos.

“Curiosamente, apesar de nossa reputação de sermos divertidos para trabalhar e amantes de carnaval e samba, nossos dados mostram que os gestores brasileiros são menos hedonistas que líderes de outros países. Esse é um outro estereótipo que diverge bastante do que achamos de nós mesmos, e até mesmo do que o resto do mundo pensa de nós”, aponta o executivo.

Nessa linha, a pesquisa também apontou um outro dado que conflita totalmente com o senso comum de que brasileiros são bons em se comunicar: gestores de outros países são mais carismáticos e charmosos que os brasileiros. Apesar disso, os brasileiros são mais empáticos e colaborativos que a média global, e frequentemente demonstram preocupação com as necessidades e emoções de seus funcionários, além de serem ouvintes ativos.

Se por um lado os gestores brasileiros exibem esse traço empático, por outro, o excesso de preocupação com valores tradicionais e regras –outro traço apontado pela pesquisa – mostra que esses líderes têm extrema dificuldade em flexibilizar valores diante de outros, levando a vieses inconscientes que impedem a formação de uma cultura inclusiva.

Paternalista prepotente

Na comparação do perfil dos gestores brasileiros com o dos gestores de outros países, os líderes nacionais tendem a ser menos ambiciosos e orientados para o poder – embora privilegiem a estabilidade em suas questões financeiras em maior grau que a média global.

Sob estresse, os brasileiros são mais ousados, o que pode levar a um comportamento marcado pela arrogância e prepotência em comparação com a média global. “Essa característica, combinada a uma maior sensibilidade interpessoal, pode trazer à tona um perfil de líder paternalista prepotente em períodos de maior tensão”, explica Santos.

“Estes dados apontam para a importância de se apoiar em instrumentos de avaliação com validade científica comprovada em decisões sobre pessoas, em vez de baseá-las em avaliações subjetivas contaminadas por estereótipos que não se comprovam empiricamente”, diz o executivo.

A metodologia Hogan é baseada na avaliação da personalidade no dia a dia e sob estresse, motivações, valores e estilo cognitivo, sendo utilizada em mais de 57 países. “Os testes de personalidade da Hogan são baseados em décadas de pesquisas sobre a psicologia e a mensuração da personalidade e eles têm sido validados em relação a critérios externos, incluindo avaliação de desempenho no trabalho e avaliações por colegas”, finaliza o especialista.

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